Mutações do coronavírus têm freado o movimento de reabertura das escolas na Europa. Relatório do Banco Mundial aponta que 720 milhões de crianças continuam afetadas pelo fechamento total ou parcial dos colégios – número maior do que o observado em novembro, de 693 milhões. Nos últimos dias, nações europeias reconsideraram a segurança de reabrir escolas. Segundo o Banco Mundial, “muitos países na Europa começam este ano estendendo o fechamento das escolas em parte por causa das preocupações sobre as cepas mais transmissíveis da covid-19”. Em Portugal, o governo determinou em 21 de janeiro o fechamento de escolas e universidades por 15 dias.
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A Alemanha também anunciou extensão do lockdown até 14 de fevereiro e o prosseguimento do ensino remoto. O Reino Unido, que enfrenta pico da nova variante da covid-19, também suspendeu aulas na escola. Na terça, o ministro da Educação, Nick Gibb, disse que a decisão de quando reabrir depende das taxas de internação, mortalidade, vacinação e “do desafio que as novas variantes trazem”. Na Bélgica, onde uma em cada cinco contaminações é detectada em crianças e adolescentes, o ministro da Saúde, Frank Vandenbroucke, disse que “a vida na escola pode se tornar fonte de contaminação”.
Para Claudia Costin, ex-diretora de Educação do Banco Mundial, os países vivem “momento complicado da pandemia”, mas o movimento na Europa pode dar pistas para ações mais customizadas no Brasil. “Portugal e Reino Unido estão abrindo escolas para as crianças em vulnerabilidade. Tem uma tendência na Europa de ter um olhar para a equidade.”
Mais do que decisões binárias, de abrir ou fechar escolas, Claudia diz que é preciso que as redes brasileiras façam o mapeamento de grupos vulneráveis e planejem o atendimento presencial prioritariamente a estes. E, mesmo em fases mais restritivas, as unidades podem ficar abertas para plantão de dúvidas, entrega de atividades e até receber denúncias. “Deixar escolas abertas, em um período em que não há segurança para ter aulas, para ter um polo de contato, é fundamental.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Julia Marques
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