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Caso GameStop: um novo risco paira sobre o mercado

(Foto: GameStop/Divulgação)

Uma empresa praticamente desconhecida pelos investidores tornou-se, rapidamente, a mais negociada no mundo. Ela superou, até mesmo, os maiores nomes do mercado, como, por exemplo, Apple, Tesla e Microsoft. E foi capaz de mudar a perspectiva de risco do mercado de ações.

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Isso por si só já seria surpreendente; no entanto, o que mais surpreende é a forma como o que foi descrito acima ocorreu.

A empresa em questão se chama GameStop, e a sua principal fonte de receita é vender videogames em shoppings. As ações da companhia estavam com uma grande posição vendida, muito em função do momento pelo qual a empresa vem passando – no ano passado e neste início de ano, ela foi fortemente impactada pelas regras de restrições impostas por conta do combate ao coronavírus.

Nesse contexto, um fórum do Reddit chamado “wallstreetbets” decidiu descaradamente tentar quebrar quem estava vendido nas ações da GameStop. É o caso, por exemplo, do Fundo Melvin Capital, que tinha uma posição vendida de US$ 55 milhões na companhia de jogos, ou seja, apostava na queda das ações para ganhar.

O “wallstreetbets”, então, combinou de comprar uma determinada opção. Com isso, movimentaria o formador de mercado.

Desse modo, o preço da ação começou a se valorizar e provocou um evento conhecido como Short Squeeze, o qual faz com que aqueles que estejam vendidos em determinada posição tenham de comprar as ações para se zerarem de qualquer forma.

O resultado de toda essa movimentação foi uma valorização descomunal das ações da GameStop nos últimos dias.

Sob o lema “Conseguimos nos manter retardados por mais tempo do que eles conseguem se manter solventes”,  os participantes do “wallstreetbets” que compraram as ações levaram um único Fundo a um prejuízo US$ 2 bilhões.

As ações da GameStop acumulam alta de 1.744,53% em janeiro. Somente nesta quarta-feira, 27, as ações se valorizaram 134,84%.

Em um movimento parecido, a AMC (uma empresa de entretenimento) fechou em alta de 301,21%.

Assim, na prática, temos uma nova variável na equação de risco do mercado de ações.

O VIX (Volatility Index), que é utilizado como um índice que mede o risco/medo dos mercados,  do S&P subiu 61,64% como reflexo, justamente, do risco e do medo dos mercados.

O que ocorreu, ainda mais nessas proporções, é algo que nunca tinha sido visto antes nos mercados. Grupos de pessoas físicas em busca de enfrentar investidores institucionais para lucrar. O que mais gera preocupação é a dificuldade de regulação desse movimento incipiente, dada a fonte decentralizada do evento.

O dia de ontem foi marcado por grande volatilidade e queda, principalmente nos mercados americanos. Porém, isso não só pelos fatos mencionados anteriormente (que envolvem a GameStop), mas, também, pelas notícias envolvendo o andamento da vacinação contra o coronavírus, alguns resultados abaixo do esperado nos EUA e a fala do Presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), Jerome Powell, de que ainda há um longo trajeto para atingir os níveis de inflação e de emprego desejados.

Neste cenário, o S&P 500 fechou em queda de -2,57%, a Nasdaq, de -2,61%, e o Ibovespa com uma queda menor, de apenas -0,50%, sendo a 6ª queda consecutiva do principal índice acionário brasileiro.

(Este conteúdo é fruto de uma parceria entre a Levante Advice e o Mercado News)

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