Após a pausa para o Natal, o Ibovespa emendou nesta segunda-feira, 28, a terceira sessão positiva, que o levou acima dos 119 mil pontos nas máximas de hoje, reaproximando o índice dos 119.370,48 observados em 18 de dezembro, o melhor nível intradia desde 24 de janeiro, então no pico histórico de 119.593,10 pontos. Ao fim, o índice da B3 mostrava hoje ganho de 1,12%, aos 119.123,70 pontos, o segundo maior nível de fechamento registrado pelo Ibovespa, superado apenas pelo de 23 de janeiro, quando foi a 119.527,63 pontos. Hoje, oscilou entre mínima de 117.804,95 e máxima de 119.212,79, com abertura a 117.805,56 neste começo de última semana do ano. Em 2020, tem ganho de 3,01%, com avanço de 9,39% em dezembro.
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O giro financeiro chegou a parecer que cresceria significativamente, especialmente na primeira metade dos negócios – ao final, o volume totalizou R$ 25,2 bilhões nesta segunda-feira, comparado a R$ 24,5 bilhões na sessão que precedeu o Natal. O mercado doméstico seguiu o bom humor observado desde cedo no exterior, movido pela assinatura do presidente Donald Trump ao pacote de US$ 900 bilhões nos Estados Unidos e pelo entendimento entre Reino Unido e União Europeia quanto a acordo pós-Brexit. Quase sem interrupção, o Ibovespa recuperou e se manteve acima dos 119 mil pontos desde as 15h30, após ter reingressado nesta casa – vista também na semana passada – às 13h55.
“Com vacinas e agora o pacote nos EUA o ambiente ficou mais leve, favorecendo um movimento de inércia que deixou diversos papéis esticados ao longo desses últimos 40 dias”, aponta Rodrigo Barreto, analista gráfico da Necton, para quem, passado 2020, a tendência é de alguma realização, que resulte em giro de carteira em direção a ações que andaram pouco neste período mais recente, como as de varejo. “Antes de o ano acabar, o Ibovespa pode ao menos testar os 120 mil pontos, estamos bem perto disso”, avalia Barreto.
“O que tinha para sair de notícia positiva lá fora – vacinação, pacote, acordo -, saiu. O investidor local já está posicionado, então qual seria a variável que levaria o estrangeiro a esticar um pouco mais, até os 120 mil pontos?”, observa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. “O fluxo estrangeiro é o que carregou a Bolsa nos últimos dois meses. O cenário doméstico continua difícil, com agenda travada ao menos até a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, e briga sobre vacinas. O fiscal continua a preocupar, de forma que o comportamento dos estrangeiros nos primeiros dois meses de 2021 precisará ser monitorado de perto”, acrescenta.
Em desdobramento positivo que contribuiu para dar sustentação ao Ibovespa na segunda etapa dos negócios, a Fiocruz, laboratório público ligado ao Ministério da Saúde, deve pedir até a próxima semana o registro da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o grupo farmacêutico AstraZeneca. O imunizante é a principal aposta do governo federal para combater a pandemia do novo coronavírus. A Fiocruz pretende entregar 210,4 milhões de doses no País ao longo de 2021, soma suficiente para vacinar mais de 105 milhões de pessoas.
Na ponta do Ibovespa nesta antepenúltima sessão do ano, destaque para alta de 12,02% na ação do IRB, após divulgação de dados operacionais de outubro, que sinalizam recuperação ante o terceiro trimestre. Cielo, em alta de 7,93% no fechamento, e WEG (+3,97%), completaram o pódio desta segunda-feira. No lado oposto do índice, Qualicorp cedeu 1,59%, à frente de Gol (-1,18%) e Usiminas (-1,09%). As ações de maior peso no Ibovespa, como as de Petrobras (PN +0,82% e ON +0,74%) e de bancos (Santander +1,95%, BB +1,10% e Bradesco PN +0,97%), tiveram desempenho positivo na sessão. Vale ON cedeu 0,06%.
Por Luís Eduardo Leal
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