A Aliança da Vacina do Povo, coalizão de seis organizações internacionais, como a Oxfam e a UNAids, calcula que os países ricos compraram doses suficientes para imunizar toda sua população três vezes até dezembro de 2021, se todos os estudos clínicos em realização forem bem sucedidos.
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Países que representam 14% da população mundial compraram o equivalente a 53% das vacinas mais promissoras, ainda segundo o grupo.
Só o Canadá se comprometeu com a compra de doses suficientes para vacinar cinco vezes sua população. Enquanto isso, 9 em cada 10 pessoas em 67 países pobres não serão vacinadas até o fim de 2021. “Não é uma surpresa que as nações ricas busquem vacinar suas populações primeiro”, afirma Ian Bremmer, fundador da consultoria Eurasia Group.
A esperança para os demais, segundo ele, está no Covax Facility, o consórcio internacional que busca acelerar o desenvolvimento de vacinas contra covid-19 e viabilizar uma distribuição equitativa. “Imagino que Joe Biden colocará os EUA nas iniciativas da Covax, o que será positivo, mas ainda assim os países em desenvolvimento vão demorar mais para fazer a vacinação”, afirma.
O presidente Donald Trump não quis se unir à aliança internacional Covax, criticou a OMS e retirou os EUA do órgão. Nesta semana, assinou uma ordem executiva para priorizar a vacinação de americanos antes da exportação de vacinas – apesar de autoridades não conseguirem explicar qual será o efeito prático disso.
Já o presidente eleito, Joe Biden, prometeu recolocar os EUA nos fóruns multilaterais e discutir uma resposta global à pandemia, mas o tamanho da crise doméstica e os desafios de logística e distribuição da vacina devem dominar sua agenda após a posse, em 20 de janeiro.
Dois meses depois da declaração do surto de coronavírus como pandemia mundial pela OMS, o governo Trump criou um grupo de trabalho que reúne integrantes de nove agências e departamentos em parceria com o setor privado para acelerar a compra, desenvolvimento e planejamento de aplicação das vacinas.
Os EUA vivem uma nova onda de contágio de covid-19, que tem obrigado governadores e prefeitos a impor novas medidas restritivas ao comércio e à população. Na sexta-feira, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou que os salões internos de restaurantes da cidade de Nova York precisarão ser fechados novamente. Cuomo reconheceu que a decisão trará mais dificuldades ao ramo e pediu aos congressistas federais que consigam um pacote de ajuda aos empresários.
O Estado foi o epicentro da primeira onda de contaminação nos EUA em abril. No total, mais de 294 mil pessoas morreram no país desde o início da pandemia em razão do coronavírus. O mundo contabiliza mais de 1,5 milhão de mortes por covid-19, em meio a nova onda de contágio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Beatriz Bulla, correspondente
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