A MRV Engenharia anunciou nesta quarta-feira, 9, o lançamento da Sensia, nova incorporadora da companhia voltada a lançamentos imobiliários para consumidores com renda mensal entre R$ 7 mil e R$ 11 mil. O valor do investimento não foi divulgado.
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Como antecipou o Broadcast, a empresa já se preparava para entrar em um novo segmento do mercado imobiliário, de classe média, com apartamentos entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. Os primeiros lançamentos devem ser anunciados em janeiro, começando por Campinas (SP). Além da cidade paulista, já estão aprovados projetos em Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Maceió (AL). Outros ainda passam por processo de aprovação, como em São Paulo e Porto Alegre.
De acordo com Eduardo Fischer, copresidente do grupo, a nova incorporadora tem grande potencial de mercado, por conta da demanda pelo produto com faixa de valor menor e pelos juros baixos no mercado.
“É um público pouco atendido, porque ainda tem dependência grande de crédito. No patamar que estão os juros, é possível colocar uma série de famílias para dentro (do negócio). Nesse preço médio que estamos trabalhando, vamos preencher um vazio de mercado”, afirma Fischer, em entrevista ao Broadcast.
Os lançamentos da Sensia contarão com plantas entre 50 m? e 70 m?, torres de 250 unidades, fachadas diferenciadas e possibilidade de customização por parte do cliente. O preço médio é de R$ 344 mil por apartamento, e o valor geral de vendas (VGV) esperado é de mais de R$ 500 milhões em 2021. Para 2023, a expectativa é de que a incorporadora alcance o patamar de 3 mil novas unidades por ano e um VGV de R$ 1 bilhão.
Mesmo com a personalização pelo comprador, a companhia continuará adotando o processo industrial na construção. “Estamos desenvolvendo produtos flexíveis, modernos e com um processo construtivo industrializado, que está no DNA da MRV, incomum neste segmento”, diz.
Segundo Fischer, a pandemia contribuiu para o desenvolvimento da nova marca, e é importante a manutenção dos juros baixos para que o setor continue aquecido. Ele caracteriza o potencial do investimento como um “alinhamento de astros”.
“Se tivermos a competência como sociedade e fizermos o que precisa ser feito para manter a taxa de juros baixa, esse mercado vai explodir”, diz. “Investimos mais pesado agora porque enxergamos que essa bandeira tem um grande potencial de crescimento. Nos últimos seis meses, pisamos no acelerador e estamos atentos especialmente à construção do landbank (estoque de terrenos).”
A estratégia da MRV é ampliar seu portfólio de produtos para construir uma grande plataforma habitacional. “Na pirâmide de renda do Brasil, teríamos condição de capturar até 95% da população, que tem faixa de renda até R$ 12 mil. Nossa aposta é que esse mercado tem potencial de crescimento muito grande, não só na baixa renda, mas também na média renda e ainda mais”, diz.
Com o lançamento, a MRV complementa o portfólio, que já contava com a Urba, loteadora em condomínios fechados para baixa renda, com o negócio principal da MRV, centrado no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com a subsidiária norte-americana AHS, e com a Luggo, empresa de locação de imóveis.
Por Luísa Laval
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