A gestora SPX Capital acredita que o cenário para os juros no Brasil mudou “de forma significativa”, com inflação acima da meta e desafios na trajetória fiscal, o que deverá exigir mudança na condução da Selic pelo Banco Central.
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Na visão da gestora fundada por Rogério Xavier e Leonardo Linhares, a política monetária “extremamente frouxa” que já era incompatível pela questão da estabilidade financeira, agora é questionável do ponto de vista das metas de inflação.
“A leniência do Banco Central em combater os efeitos secundários do choque de preços nos leva a ficar comprados em inflação implícita e tomados na parte curta da curva de juros. Acreditamos que a trajetória da inflação obrigará o BC a alterar o seu guidance e elevar os juros significativamente”, diz a equipe da gestora em carta a investidores.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,89% em novembro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado mais alto desde 2015. Em 12 meses, o IPCA acelerou de 3,92% em outubro para 4,31%, ante uma meta de 4% perseguida pelo BC.
Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decide nesta quarta-feira (9) o rumo da taxa básica de juros, a Selic. Apesar da alta na inflação nos últimos meses, as instituições financeiras apostam na manutenção da taxa em 2% ao ano, no menor nível da história, do forward guidance (sinalização de juro reduzido à frente).
Na terça-feira (8), os juros tiveram uma sessão volátil, oscilando ao sabor do noticiário sobre o cenário fiscal e da vacinação contra Covid no Brasil, com picos de estresse na última hora da etapa regular. O IPCA de novembro acima das estimativas pressionou a curva num primeiro momento, mas foi absorvido depois, sem alterar a percepção do mercado sobre o Copom.
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