Em função da propagação do coronavírus no Rio Grande do Sul, o governo gaúcho classificou com a cor vermelha (risco alto de contágio) 19 das 21 regiões do Estado e adotou uma série restrições para frear o contágio devido à proximidade das festas de fim do ano.
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A capital Porto Alegre retornou para a cor vermelha. Apenas as regiões de Cachoeira do Sul e Guaíba foram colocadas como laranja (risco médio) no mapa do Estado. A classificação determina o funcionamento do comércio e de distanciamento social, de cada localidade. O decreto estadual, publicado na noite de ontem, entrou em vigor nesta terça-feira, 1º.
Entre as restrições adotadas estão a suspensão temporária do sistema de gestão compartilhada – onde prefeitos podiam adotar medidas mais brandas do que as estabelecidas pelo governo quanto ao funcionamento do comércio – além da suspensão de eventos e festas de fim de ano, inclusive em condomínios, assim como a limitação do funcionamento de bares e restaurantes, com aumento da fiscalização em locais abertos.
A decisão foi tomada quando o Rio Grande do Sul registrava mais de 322 mil casos da doença, com mais de 6,8 mil mortes em função da covid-19, desde o início da pandemia. No começo de novembro, o índice de ocupação das UTIs era de 69,7% e saltou para 79,4% em dezembro, segundo dados do governo do Estado.
“Este chamado se dá em função deste quadro que está se desenhando de uma segunda onda, repique da primeira onda ou primeira onda que não terminou, como queiram chamar. Reconhecemos que há de fato aumento de internações, de casos, isso é inegável, e isso pressiona o nosso sistema hospitalar. Precisamos alinhar as ações entre prefeituras e governo do Estado, para que não tenhamos nenhum problema de dissolução de continuidade no processo de enfrentamento da pandemia”, alertou o governador Eduardo Leite (PSDB).
Conforme o decreto estadual, o comércio poderá operar somente até as 20h. Já os restaurantes, lancheiras e bares ficarão abertos até as 22h, com clientes sentados, distanciamento de dois metros entre uma mesa e outra e sem música ao vivo. Os estabelecimentos que trabalham com delivery terão de encerrar as atividades até 23h.
O governo também vedou a permanência de público em locais abertos onde não há controle, como parques e praias, estando liberado o uso desses espaços apenas para atividade física. O decreto também veda eventos sociais, como casamentos e formaturas, e uso de áreas comuns, como piscinas e salões de festa. Teatros, cinemas e casas de shows em espaços fechados voltarão a ser proibidos de funcionar. O Estado também recomenda que as reuniões familiares, tenha um limite máximo de dez pessoas, excluídas as crianças de até 14 anos.
No entanto, não haverá limitação de horário de circulação nas ruas, nem proibição de atividades presenciais da educação, considerando todos os protocolos já definidos. “Não é hora de aglomerações, de festas, mesmo em família. Reduzir os contatos é muito importante porque a gente quebra o ciclo de contágio da covid. Esperamos que essas medidas perdurem por duas semanas, mas se for necessário nós prorrogamos”, reforçou Leite.
Em locais abertos, com controle de acesso, como shows, espetáculos, drive-ins, parques de aventura e zoológicos, os organizadores não poderão oferecer bebidas e alimentação. O governo do Rio Grande do Sul vai contar com apoio da Brigada Militar para intensificar as fiscalizações, principalmente em festas e confraternizações. Canais de comunicação específicos para denúncias, através do telefone 150 ou pelo portal Vigilância do Cidadão, também foram abertos para auxiliar no controle.
Por Lucas Rivas, especial para o Estadão/Broadcast
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