O coordenador de operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas, disse que o Tesouro chegará ao fim do ano com caixa para pagar os compromissos dos primeiros quatro meses em 2021. Diante do aumento no endividamento para fazer frente às despesas com a pandemia do coronavírus, o órgão aumentou as emissões de títulos da dívida nos últimos meses, o que chegou ao maior valor da história em outubro (R$ 173,3 bilhões).
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“O Tesouro ajustou sua estratégia nos últimos meses para captar volumes maiores. Conseguiu fortalecer o caixa e, para isso, foi fundamental a transferência de recursos do Banco Central”, acrescentou o coordenador-geral de planejamento estratégico da dívida, Luiz Fernando Alves.
Em relação a uma segunda onda da pandemia no Brasil e uma possível prorrogação do auxílio emergencial nesse caso, Lobarinhas acrescentou que o impacto na Dívida Pública dependerá de como isso for financiado.
O coordenador disse ainda que, apesar da alta na demanda, não haverá novos leilões extras de NTN-B 2023, mas somente os dois previstos até o fim do ano.
LFTs
Lobarinhas afirmou que o prêmio exigido pelos investidores para comprar papéis atrelados à taxa básica de juros (LFT) vem se estabilizando nas últimas semanas, o que tem favorecido a demanda por esses papéis.
Em entrevista virtual, Lobarinhas disse que houve um “movimento brusco” no mercado de LFTs em outubro, que se estabilizou em novembro.
Ele ressaltou que o mês de outubro foi marcado por volatilidade com notícias sobre a segunda onda da pandemia de covid-19 na Europa e as eleições nos Estados Unidos. Além disso, a curva de juros foi influenciada por índices de inflação. “Houve volatilidade em outubro relacionada a questão fiscal no mercado doméstico”, completou.
Lobarinhas ressaltou que, já em novembro, o mercado externo operou de forma mais otimista, reduzindo prêmios de risco. “A curva de juros sobe em novembro novamente na esteira das discussões fiscais”, ponderou.
Por Lorenna Rodrigues
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