Os juros futuros, que já operavam em alta e descolados da queda do dólar pela manhã, acentuaram o avanço à tarde, renovando máximas a partir dos vértices intermediários. O movimento é explicado pela antecipação de parte das operações com vistas ao leilão de prefixados que o Tesouro realiza nesta quinta-feira. O recuo das taxas nos últimos dias, principalmente ontem, deixou espaço para a correção, na medida também que o mercado até agora não viu nada de concreto evoluir na agenda legislativa. O bom humor externo, ao contrário do efeito em outros ativos domésticos, nos juros não tem sido suficiente para estimular a tomada de risco. No fim do dia, porém, as preocupações com o avanço da segunda onda de covid pelo mundo pesaram nos negócios globais, com virada das bolsas para baixo, enquanto o dólar aqui zerou a queda.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,28% (regular) e 3,209% (estendida), de 3,255% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 fechou a regular de 4,95% e a estendida em 4,97%, ante 4,856% ontem. A do DI para janeiro de 2027 fechou a regular em 7,59%, de 7,424% ontem, e a estendida em 7,58%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxas de 6,79% (regular) e 6,78% (estendida), de 6,645% ontem.
O diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga, afirma que o mercado de juros hoje estava “difícil de explicar”, na medida em que o noticiário não trouxe nada negativo, tampouco houve agenda relevante, e o dólar teve queda firme na maior parte do dia, tocando mínimas abaixo de R$ 5,30 pela manhã. Lembra porém que as taxas tiveram rodada recente de queda e, considerando o cenário fiscal indefinido, “não dá para esperar que fossem cair indefinidamente”.
Para um gestor, o espaço para ficar aplicado em juros é limitado, dada a pressão da inflação corrente, sem certeza sobre a manutenção do teto de gastos e “com o Tesouro emitindo R$ 30 bilhões toda a semana”. “O leilão pressiona demais e o político não se define em relação ao fiscal”, disse.
Em live promovida pelo jornal Valor Econômico, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que a inflação está “absolutamente sob controle” e discordou da tese de que o forward guidance ajuda a elevar a inclinação da curva. “Para fazer essa avaliação, teríamos que avaliar qual seria o nível da curva sem a prescrição futura. Será que estaria mais baixo? Eu acho improvável”, rebateu. ‘As incertezas fiscais e a dificuldade do Tesouro que pressionam a curva de juros estariam presentes com ou sem forward guidance”, completou.tou.
Com relação ao leilão, nas últimas operações, a instituição tem elevado os lotes de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), o que demanda aumento nas posições de hedge já na véspera.
Por Denise Abarca
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