A 3R Petroleum estreou nesta quinta-feira, 12, na B3, a Bolsa paulista, arrecadando R$ 690 milhões para financiar seu modelo de negócio: a compra de campos de petróleo maduros – como são denominadas as fontes que já atingiram o pico de produção e agora estão em fase de declínio – que a Petrobrás colocou à venda em seu plano de desinvestimento.
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Além de provar a premissa de seu plano de negócios – que essas fontes ainda podem ser atrativas -, a companhia também entra no mercado em um momento em que os investidores parecem mais interessados em energia limpa. A nova 3R Petroleum é fruto da união de duas empresas, a 3R e a Ouro Preto. O negócio atraiu as famílias Falabella – dona da rede de varejo chilena de mesmo nome – e Gerdau, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Para levar adiante os planos, a empresa foi à Bolsa – e o processo de abertura de capital não foi simples. Isso porque a 3R nasce de uma reorganização societária concretizada apenas com a efetivação da abertura de capital. Os ativos unificados pertencem à gestora de recursos Starboard, bastante ativa no mercado brasileiro.
Inédito até aqui, o formato precisou passar pelo aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Geralmente, a estrutura da empresa é consolidada antes de ser feita a oferta inicial de ações. A oferta foi coordenada por XP, BTG Pactual, Itaú BBA e Genial Investimentos.
“Faz muito tempo que uma empresa do setor de óleo e gás não abre seu capital e temos muito orgulho de ser a pioneira nesse retorno do setor à Bolsa brasileira”, disse o presidente da 3R, Ricardo Savini, ontem, em cerimônia na Bolsa paulista.
Escala menor. Há quem acredite na viabilidade do modelo. “A 3R Petroleum apresenta atraente perfil de crescimento considerando os ativos recém-adquiridos e o potencial de novas aquisições que já foram mapeadas”, disseram, em relatório, os analistas da Tasso Vasconcellos e Lucas Chaves, da Eleven Financial.
Segundo João Zuneda, sócio fundador da consultoria MaxQuim, a 3R ou qualquer outro negócio de menor porte podem extrair oportunidades dos campos maduros. Segundo ele, essas empresas são acostumadas a trabalhar com custos mais enxutos e conseguem bons ganhos em áreas que estão que não são viáveis para a Petrobrás, à medida que a gigante se concentra no pré-sal.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Fernanda Guimarães e Wagner Gomes
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