O grupo XP anunciou ontem uma alta de 119% no lucro líquido do terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 570 milhões. O resultado é justificado pelo aumento no valor dos ativos sob custódia, que cresceram 61% e atingiram R$ 563 bilhões ao fim de setembro.
O total de clientes ativos chegou a 2,65 milhões ao fim do terceiro trimestre, avanço de 72% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas totais passaram de R$ 2,2 bilhões de julho a setembro, com alta de 55%, na mesma comparação.
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O diretor financeiro da XP Inc., Bruno Constantino, disse que a melhora do lucro não encerra a jornada de busca de escala da corretora, que continuará a tentar tirar clientes dos bancos. Segundo o executivo, à medida que ganha um porte maior , a XP consegue oferecer mais vantagens aos clientes, tornando-se mais competitiva.
“Nosso modelo de negócios é diferente. Nos vemos como uma empresa de tecnologia que atua no mercado financeiro”, disse. “Por isso zeramos recentemente a taxa de corretagem em ações na Rico e em 75% na XP. Temos escala para estimular mais o mercado, democratizar e trazer novos investidores para a plataforma.”
Ações do Itaú
Um dos principais sócios da XP é hoje também um de seus principais concorrentes: o Itaú. Na semana passada, o maior banco da América Latina anunciou que repassaria as ações que detém na XP (equivalentes a 46% do capital) a seus acionistas. O movimento é uma forma de, aos poucos, a instituição deixar de ser sócia da corretora. A participação do Itaú na XP é avaliada em cerca de R$ 130 bilhões.
Segundo Constantino, essa transferência não deve ter impacto do ponto de vista de concorrência para a plataforma, mas pode ser benéfica em termos de governança para a empresa. “Essa reorganização do Itaú, que ainda não está sacramentada, se for na direção de dirimir e melhorar esses conflitos e a governança da XP, seria algo positivo para a XP e para o ambiente competitivo do mercado, o que é do interesse do Banco Central”, afirmou.
Vagas abertas. A XP deve seguir investindo em tecnologia, disse ontem o responsável pelo segmento na empresa, Thiago Maffra. Segundo o executivo, o grupo pretende contratar 250 pessoas nos próximos meses somente em TI. “Queremos ser disruptivos em outros segmentos como fizermos em investimentos”, afirmou. Ele lembrou que a XP decidiu ser digital em 2018 e, desde então, esse processo tem sido consistente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Cynthia Decloedt
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