A rede Iguatemi, dona de 14 shoppings e 2 outlets, teve um lucro líquido de R$ 61,566 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 29,2% em relação ao mesmo período de 2019. Assim como outras redes, a Iguatemi sofreu com a perda de receita devido aos descontos concedidos aos lojistas pelas restrições no funcionamento durante a pandemia, combinados com menor arrecadação de estacionamentos. Os fatores levaram a uma menor diluição dos custos e deterioração nas margens de lucro.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 134,069 milhões, baixa de 20,4% na mesma base de comparação. A margem Ebitda recuou 18,8 pontos porcentuais, para 73,6%.
O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) atingiu R$ 98,075 milhões, retração de 17,5%. A margem FFO encolheu 11,3 pontos porcentuais, para 53,8% .
A receita líquida totalizou R$ 182,131 milhões, recuo de apenas 0,1%. Já a receita bruta (sem os efeitos da linearização, prática contábil que dilui os descontos nos aluguéis ao longo dos períodos de vigência dos contratos) foi a R$ 179,263 milhões, queda de 14,4%.
A Iguatemi teve a capacidade de funcionamento afetada pelas restrições nos horários de abertura dos shoppings e no fluxo de visitantes. Essa capacidade estava em 33% em julho e subiu para 69% em setembro, após a flexibilização das medidas de controle.
Por conta disso, as vendas totais no terceiro trimestre de 2020 caíram 45,2% em relação ao mesmo período de 2019, para R$ 1,8 bilhão. Há, entretanto, uma trajetória de recuperação acompanhando o tempo maior de funcionamento. Se considerado apenas o mês de setembro, essa baixa já diminuiu para 23%.
As vendas nas mesmas lojas (considera apenas as lojas abertas há mais de um ano) recuaram 37,5%, e os aluguéis nas mesmas lojas cederam 28,5%. A companhia seguiu a estratégia de concessão de descontos pontuais, avaliando o caso de cada lojista, considerando região e segmento de atuação.
Os espaços vagos nos shoppings cresceram. A ocupação dos empreendimentos caiu de 93,6% no segundo trimestre para 91,6% no terceiro trimestre. No mesmo período, a inadimplência dos lojistas baixou de 26,2% para 13%.
Endividamento
A Iguatemi encerrou o terceiro trimestre com uma dívida total de R$ 2,9 bilhões, 4,4% acima do segundo trimestre. A disponibilidade de caixa ficou em R$ 1,2 bilhão, baixa de 2,6% na mesma base de comparação. Com isso, a dívida líquida foi para R$ 1,7 bilhão.
A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda) subiu de 2,67 vezes para 3,11 vezes.
Por Circe Bonatelli
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