Na esteira do aumento dos gastos dos governos para fazer frente à pandemia do novo coronavírus, a dívida pública brasileira acelerou em setembro. Dados divulgados nesta sexta-feira, 30, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral fechou setembro aos R$ 6,533 trilhões, o que representa 90,6% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual, divulgado pelo Banco Central, é maior que os 88,8% de agosto. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
Com o aumento de despesas públicas em função da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é de que a dívida bruta continue a subir nos próximos meses no Brasil. Este é um dos principais fatores de preocupação dos economistas do mercado financeiro.
A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 60,7% para 61,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro de 2020.
A DLSP atingiu R$ 4,432 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil, hoje na casa dos US$ 356 bilhões.
Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
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