O dólar opera em baixa no mercado doméstico na manhã desta segunda-feira em meio a uma realização de ganhos, após subir 2,12% nas quatro sessões da semana passada e acompanhando ainda a queda generalizada da divisa americana hoje no exterior. Os investidores estão na expectativa por uma definição sobre o pacote de estímulos fiscais nos EUA, após a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, dizer ontem que um acordo precisa ser alcançado em até 48 horas.
No entanto, os ajustes dos ativos locais são limitados por persistente cautela com as contas públicas e a questão fiscal. No radar estão notícias envolvendo a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 300. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a possibilidade de prorrogação do estado de calamidade por mais três meses “não existe”. E o ministro da Economia, Paulo Guedes, também se manifestou contra a prorrogação, mas o movimento pró-extensão se intensifica nos bastidores do Congresso e o presidente Jair Bolsonaro não comentou o assunto nos últimos dias, o que deixa o alerta ligado, uma vez que a popularidade dele melhorou com o auxílio.
Também ruídos voltam a aparecer na relação entre Maia e Guedes. Na sexta-feira, o ministro defendeu a volta da CPMF, dizendo que enquanto não houver “solução melhor”, ele prefere “esse imposto de m….”. Já Maia afirmou: “Eu não vou brigar com o ministro Paulo Guedes, não vou entrar nesse debate”.
Na Focus, hoje, o aumento sucessivo nas projeções de inflação é monitorado. A pesquisa trouxe mais revisão para cima do IPCA deste ano, de 2,47% para 2,65%. Já o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,05% na segunda quadrissemana de outubro, desacelerando marginalmente em relação à alta de 1,06% registrada na primeira quadrissemana deste mês. Também o IPC-S perdeu força em todas as sete capitais pesquisadas na segunda quadrissemana de outubro, quando ficou em 1,01%, abaixo do 1,18% da primeira quadrissemana.
Na agenda, o destaque local é o IPCA-15 de outubro, na sexta-feira, mas hoje o investidor fica atento a declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (9h), e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de duas videoconferências, uma fechada a imprensa com a Fitch (9h) e outra aberta do Milken Institute (11h15).
Às 9h30, o dólar à vista caía 0,82%, a R$ 5,5978. O dólar futuro de novembro recuava 0,87%, a R$ 5,5995.
Por Silvana Rocha
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