O encerramento da 10º Virada Sustentável contará com intervenções artísticas em diversos pontos da capital paulista neste final de semana. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o evento, que costuma ter atrações que podem ser acompanhadas de forma presencial, também precisou ser reformulado para evitar aglomerações. Organizadores promoveram ao longo da Virada debates online para abordar o tema da sustentabilidade e fizeram instalações de obras de arte que foram espalhadas pela capital paulista, e que podem ser vistas também pelas redes sociais.
Neste final de semana, o Minhocão vai receber intervenções artísticas, caminhadas circenses e projeções de mensagens na parte externa de prédios dos arredores. Apresentada neste sábado, 16, e domingo, 17, a intervenção urbana do artista Felipe Morozini (Eu era outra Selva) tem como objetivo motivar a reflexão sobre o momento atual das florestas e o que deixaremos de legado para a próxima geração. Segundo ele, a obra trará “um momento para a cidade experimentar a sensação de estar submersa em uma área da Mata Atlântica.”
“A obra foi pensada no início do ano, antes da pandemia e de florestas brasileiras serem atingidas por fogo, mas a mensagem que gostaria de passar é sobre as possibilidades que existem nos lugares que a gente ressignifica, como o Minhocão. Moro em frente há 20 anos e é onde sempre faço meus trabalhos artísticos. Minha obra já procurava chamar a atenção para o desmatamento e extinção dos animais, mas agora ficou mais potente, sendo mais necessário falar sobre isso”, conta Morozini.
Por causa da pandemia, o Minhocão não estará aberto ao público, mas as obras podem ser vistas nas redes sociais e também por quem vive na região.”Moradores do entorno que abrirem a janela vão se deparar com uma floresta, representada por guarda-sóis estampados com florestas e animais infláveis gigantes como mico-leão e lobo-guará, projeções e sons de florestas, transformaremos de maneira lúdica toda a região”, diz o artista.
Ainda como parte do trabalho do artista na Virada Sustentável, entre os guarda-sóis há um grande espaço vazio com projeção de mensagem. “Isso foi feito para dar a noção do desmatamento, que está tão em pauta no momento. O objetivo da intervenção é trazer uma frase para reflexão”, afirma Débora Ribeiro, coordenadora da equipe de curadoria e programação da décima edição do evento, que também contará com obras de arte sonoras, como o trabalho do artista Dudu Tsuda. “A proposta da intervenção sonora é levar os sons da floresta para o meio urbano de forma mais inusitada”, diz Débora Ribeiro.
As instalações da Ocupação Minhocão começam a ser apresentadas neste sábado a partir das 10h. Poderão ser vistas pelo público no site do evento (www.viradasustentavel.org.br) e pelo perfil @viradasustentavel do Instagram ao longo do fim de semana.
No domingo, a partir das 11 horas, também está programada a Mostra de Circo – Caminhada Verde. Mulheres em pernas de pau vestidas de árvores com figurino de material reciclável farão uma caminhada nas vias públicas embaixo do Minhocão. A ação vai propor uma reflexão sobre o lixo que se descarta diariamente e o impacto no meio ambiente.
Entre 19h e 22h de sábado e domingo, o projeto Juntes Recriamos o Futuro, que abriu a Virada Sustentável, marca o encerramento do evento deste ano com projeções de mensagens na parte superior das paredes externas de vários prédios da cidade pelo coletivo Projetemos.
Por Renata Okumura
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