A confiança do consumidor aumentou 3,2 pontos em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu a 83,4 pontos. Apesar da sequência de cinco resultados positivos, o ICC permanece abaixo do patamar pré-pandemia, de 87,8 pontos, alcançado em fevereiro.
“A confiança dos consumidores segue em setembro a trajetória de recuperação iniciada em maio, com avanços em todas as faixas de renda e capitais. Apesar disso, chama atenção as expectativas ainda pessimistas dos consumidores de baixa renda com relação à situação financeira familiar nos próximos meses, algo que está possivelmente relacionado à proximidade do fim dos pagamentos dos benefícios emergenciais, um fator de incerteza e de preocupação a esses consumidores, que são a maior parcela da população brasileira. Sem uma recuperação do mercado de trabalho mais expressiva, é possível que a confiança ainda continue avançando de forma lenta e heterogênea”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em setembro, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,1 ponto, para 72,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) avançou 4,4 pontos, para 91,5 pontos.
O componente que mede a satisfação presente dos consumidores com a economia teve alta de 0,7 ponto, para 75,8 pontos este mês. Já o item de finanças familiares no momento atual cresceu 1,5 ponto, para 69,9 pontos. Ambos permanecem em patamar baixo em termos históricos.
Pelo lado das expectativas, o componente que mede o otimismo sobre a situação econômica nos próximos meses aumentou 0,9 ponto, para 112,6 pontos. O item de expectativas em relação à situação financeira familiar cresceu 3,5 pontos, para 94,6 pontos. A maior contribuição para a alta do ICC em setembro foi do quesito que mede o ímpeto de compras de bens duráveis, com avanço de 8,1 pontos, para 68,4 pontos, superando o nível pré-pandemia, de 64,3 pontos, registrado em fevereiro, embora ainda esteja abaixo da média histórica de 88,7 pontos.
No mês de setembro, houve melhora da confiança em todas as faixas de renda, principalmente nas faixas intermediárias. Entre os consumidores de menor poder aquisitivo, a piora das perspectivas sobre a situação financeira familiar impediu um aumento mais robusto da confiança.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.686 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 1º e 19 de setembro.
Por Daniela Amorim
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