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Reformas são fundamentais para crescimento e têm de ser constantes, diz Meirelles

O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou, no evento online Tele Brasil 2020, que as reformas são fundamentais para a sustentabilidade do crescimento econômico, mas que elas têm de ser constantes.

Além da questão fiscal que é fundamental, com o pacto federativo e a reforma administrativa, é preciso olhar agora para a agenda da produtividade. Nesse ponto, é fundamental, segundo Meirelles, a reforma tributária. “Estabilizar a questão fiscal é uma tarefa constante, mas a agenda da produtividade é o próximo desafio do Brasil.”

O ex-ministro também mencionou que há um problema estrutural em infraestrutura do País que precisa das privatizações para ser resolvido, porque nenhuma das esferas do Estado têm recursos para solucioná-lo.

Juros

O ex-ministro do Planejamento Dyogo Oliveira afirmou que é necessário menor volatilidade de juros, câmbio e política no Brasil para que a economia voltar a crescer de forma vigorosa.

“Precisamos de menos volatilidade e mais eficiência. O Brasil ainda é um País muito volátil, no câmbio, juros, e ambiente político. Tudo isso se traduz em percepção de risco. Isso afugenta as decisões de investimentos e, portanto, afugenta o crescimento. Por isso, precisamos buscar o caminho da estabilidade.”

Dyogo disse que é preciso avançar também na eficiência da regulação. “Os efeitos acumulados dessas reformas regulatórias são muito importantes para o País.” O ex-ministro também disse que é preciso ter infraestrutura mais eficiente, não apenas em capital físico, mas também humano. “Não acredito em bala de prata que vai resolver nossos problemas, é fazer dever de casa todo dia.”

Reformas

O ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Conselho de Administração do Credit Suisse, Ilan Goldfajn, destacou hoje, no evento, que o Brasil vai crescer produzindo mais, com papel fundamental da reforma tributária.

“Muitos países saíram do problema da dívida crescendo. Não vamos crescer gastando mais, vamos crescer produzindo mais, tirando a carga que uma parte da sociedade tem em termos de questões tributária, em termos de riscos.”

Com dificuldade de crescer no médio prazo, Ilan afirma que acredita que a reforma tributária será aprovada no País. O ex-presidente do BC ainda defendeu que o saldo líquido de uma abertura comercial seria positivo para o Brasil. “No médio prazo, não vamos avançar se não formos eficientes.”

Dyogo Oliveira afirmou que as reformas têm de ser feitas com cuidado, visando uma melhora, não só “reformar por reformar”. No caso da tributária, disse que é importante observar se a mudança não vai tributar mais setores que já têm carga tributária elevada.

Por Thaís Barcellos e Francisco Carlos de Assis

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