O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitará a Califórnia nesta segunda-feira, 14, para uma reunião com bombeiros e funcionários que tentam controlar os incêndios florestais no Estado.
Trump, republicano que tirou os EUA do acordo de Paris contra o aquecimento global por tê-lo considerado caro demais, expressou a opinião de que o manejo inadequado das florestas tem parte da culpa pelos incêndios que assolam a Costa Oeste.
O presidente vai se encontrar com funcionários locais e federais durante uma viagem ao Parque McClellan, uma antiga base aérea nos arredores da cidade de Sacramento, disse o porta-voz da Casa Branca Judd Deere. O parque também é o local que o corpo de bombeiros estadual usou para lançar grandes aviões de combate a incêndios.
Não está claro se o governador Gavin Newsom participará da visita. “Desde meados de agosto, o presidente Trump e o governador Newsom falaram por telefone e a Casa Branca e a FEMA mantiveram contato constante com autoridades estaduais e locais durante a resposta a esses desastres naturais”, disse Deere.
Deere observou que “o presidente aprovou uma Declaração Presidencial de Desastres Graves para a Califórnia, que começou em 14 de agosto para assistência individual e pública”.
Ele também destacou a visita de Trump ao Estado em 2018 após uma série de incêndios naquele ano e assinou uma ordem executiva com o objetivo de reduzir o risco de incêndios florestais.
“O governo também aprovou 10 concessões de assistência ao gerenciamento de incêndios e 24 concessões para outros estados do oeste, o que fornece 75% dos custos federais para mitigação, gestão e controle de incêndios”, escreveu Deere. “Mais de 26 mil funcionários federais e 230 helicópteros foram enviados à região para combater esses incêndios.”
O presidente e seu governo continuam monitorando e fornecendo apoio federal para os incêndios florestais que prejudicam estados em todo o oeste, incluindo Colorado, Montana, Oregon, Utah, Washington e Wyoming, acrescentou.
A visita de Trump ocorre em meio a críticas de que ele não mencionou os incêndios florestais por mais de três semanas, até sexta-feira à noite, quando fez uma referência aos desastres publicamente.
“OBRIGADO a mais de 28.000 bombeiros e outros primeiros respondentes que estão lutando contra incêndios florestais na Califórnia, Oregon e Washington”, escreveu ele. “Eu aprovei 37 declarações da Lei Stafford, incluindo concessões de gerenciamento de incêndio para apoiar seu trabalho corajoso. Estamos com eles em todo o caminho!”
Já seu rival democrata na eleição presidencial de novembro, Joe Biden, planeja um discurso sobre o tema no Delaware, colocando a mudança climática na linha de frente da campanha eleitoral.
Os democratas enfatizam o papel desempenhado pela mudança climática, posição que Biden deve reforçar em seus comentários. O candidato democrata incluiu a mudança climática na lista de grandes crises enfrentadas pelos EUA, assim como a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 194 mil pessoas e lançou o país em uma recessão econômica.
“O vice-presidente Biden debaterá a ameaça que os eventos climáticos extremos representam aos americanos de toda parte, como eles são tanto causados por e sublinham a necessidade urgente de combater a crise climática e por que precisamos criar empregos sindicalizados bem remunerados para construir uma infraestrutura mais resistente”, disse sua campanha em um comunicado divulgado no domingo.
Uma série de incêndios florestais arrasadores e mortais atingiu Califórnia, Oregon e o Estado de Washington neste verão, destruindo milhares de casas e algumas cidades pequenas, queimando mais de 1,61 milhão de hectares e matando mais de duas dúzias de pessoas desde o início de agosto.
Combater a mudança climática é um tema central e motivador para os jovens e os eleitores de inclinação progressista que Biden precisa que compareçam para votar na eleição de 3 de novembro.
A questão é mais complicada para alguns republicanos, que, apesar de indícios científicos claros de sua existência, questionam os dados e a necessidade de medidas amplas e custosas para enfrentá-la. (Com agências internacionais)
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