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Investidores atentos aos números da economia real

(Fonte: Shutterstock)

A injeção de liquidez pelos bancos centrais provocou uma razoável distorção nos preços dos ativos ao redor do mundo. Apesar de a inflação para os bens e serviços estar sob controle devido à baixa temperatura da demanda, os números do mercado financeiro permanecem pujantes. Os preços das ações em alta vêm estimulando ondas sucessivas de aberturas de capital. Commodities e metais preciosos, como o ouro, são negociados a preços inéditos.

Os índices acionários batem recordes sucessivos. Esse fenômeno comprometeu um pouco a nitidez dos preços dos ativos financeiros como indicadores do estado da economia. Por isso, ao longo dos últimos dias, os investidores se basearam nos números da economia real, como produção e consumo, e nas expectativas dos empresários e consumidores.

Um bom exemplo foi o movimento das ações americanas na terça-feira (1), bastante animado pelas notícias positivas de recuperação da economia americana acima do esperado. Agora, há mais sinais de que a atividade econômica, tanto no Brasil quanto no Exterior, está se recuperando melhor do que o previsto.

Os números da produção industrial de julho, divulgados na manhã desta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) também são animadores. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a produção industrial nacional cresceu 8% em julho, na comparação com o mês anterior. Foi a terceira alta consecutiva. A produção industrial havia crescido 9,7% em junho e 8,7% em maio.

Além disso, pela primeira vez na série histórica iniciada em 2002, 25 dos 26 setores apresentaram taxa positiva. O resultado ainda não elimina a perda de 27% acumulada nos meses de março e abril. Na comparação com julho de 2019, a produção industrial caiu 3%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa recuou 5,7%. Mesmo assim, de acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, esse índice mostra que ainda há espaço para recuperação.

Os números internacionais também são positivos. O número de pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos na semana encerrada em 29 de agosto caiu para 881 mil, uma queda de 130 mil pedidos em relação ao dado ajustado da semana anterior, que foi de 1,011 milhão de pedidos. Foi a primeira vez que o número de pedidos ficou abaixo de 900 mil desde março. Além disso, a taxa de desemprego americana recuou para 9,1% ante os 9,9% da semana anterior, queda de 0,8 ponto percentual. Isso mostra que esse indicador crucial para a saúde da economia americana também está mostrando sinais de recuperação.

A manhã da quinta-feira (3) começa com sinais negativos nos mercados acionários, devido à realização de lucros da véspera e da expectativa com novos indicadores econômicos americanos, como os índices de gerentes de compras e os indicadores ISM referentes a julho e em agosto. Por isso, os contratos futuros de S&P 500 estão em leve queda, seguidos pelos contratos futuros de Ibovespa. No entanto, não se descarta uma mudança de direção se os números da economia real americana vierem positivos.

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