A intenção da Companhia Siderurgia Nacional (CSN) de fazer o IPO da CSN Mineração poderá reduzir a dívida líquida da companhia em R$ 7,5 bilhões, nos cálculos do Itaú BBA. O banco de investimento considerou vendas de 40 milhões de toneladas de minério de ferro por parte da unidade, o dólar a R$ 5 e a venda de uma fatia de 25% da subsidiária por parte da CSN.
“Em nosso cenário-base, o negócio de mineração teria valor de cerca de R$ 30 bilhões (a um múltiplo de 5 vezes o valor da empresa/Ebitda) e, portanto, a venda de uma fatia de 25% resultaria em uma redução da dívida líquida da companhia em R$ 7,5 bilhões”, comentam os analistas Daniel Sasson, Ricardo Monegaglia e Edgard Pinto de Souza. Ao final do segundo trimestre, a dívida líquida da empresa superou os R$ 33 bilhões.
Na visão do BBA, a CSN dificilmente reduziria sua participação na CSN Mineração para menos de 50%, porque “é importante para a companhia” continuar a consolidar 100% dos resultados da subsidiária. Com isso, a siderúrgica venderia aproximadamente 37% das ações que possui da unidade.
Para Sasson, Monegaglia e Souza, o IPO da unidade seria um passo importante na redução da dívida da companhia, uma vez que a desalavancagem através da geração de caixa tem sido lenta nos últimos anos. Com isso, recordam, a dívida líquida absoluta da CSN variou entre R$ 25 bilhões e R$ 27 bilhões desde 2015, antes de saltar aos R$ 33 bilhões em junho com a alta do dólar ante o real.
Na própria CSN Mineração, o Itaú BBA afirma que uma oferta primária de ações, ou seja, aquela em que a companhia levanta recursos emitindo novos papéis, poderia levar a uma percepção junto ao mercado de andamento do projeto Itabirito, cuja construção deve se iniciar em 2021.
Na primeira fase, a companhia pretende elevar sua produção de finos de minério em 10 milhões de toneladas ao ano, dentro de uma previsão de que a China vai demandar cada vez mais esse tipo de material devido às plantas siderúrgicas recém-abertas naquele país.
Por Matheus Piovesana
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