A quinta-feira (27) vem sendo esperada com ansiedade pelos investidores ao redor do mundo. Nesse dia, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fará sua tradicional apresentação em Jackson Hole, uma pequena cidade no Wyoming, onde as autoridades monetárias americanas se reúnem todos os anos (embora neste ano as apresentações serão virtuais). Como é de se esperar, Powell deverá definir as linhas mestras da política monetária americana. E os prognósticos são de que os juros permaneçam perto de zero por muito tempo.
As projeções são de que o Fed vai mudar sua abordagem em relação à inflação em uma tentativa de reaquecer a economia, chegando mesmo a permitir que a inflação supere sua meta de 2% ao ano para compensar a desaceleração econômica dos últimos trimestres. Os prognósticos são de que Powell deverá indicar que os juros americanos poderão permanecer perto de zero até 2025.
Isso seria uma boa notícia para os investidores. Graças em grande parte à política monetária do Fed, o índice de ações S&P 500 vem batendo recordes sucessivos, e isso vem sustentando aberturas de capital ao redor do mundo. O Brasil não é exceção, e nas últimas semanas diversas empresas têm anunciado tanto projetos de abertura de capital quanto ofertas subsequentes de ações, para aproveitar o apetite renovado dos investidores.
Se os juros americanos permanecerem reduzidos por muito tempo, não seria o primeiro caso. O Fed manteve as taxas perto de zero por sete anos durante e após a crise financeira antes de aumentá-las em dezembro de 2015. E mesmo assim os efeitos na economia real demoraram a aparecer. Na década passada levou mais de três anos para que o Produto Interno Bruto (PIB) americano ajustado pela inflação voltasse ao nível anterior à crise de 2008.
O impacto dessa medida vem sendo sentido não apenas nos mercados acionários, mas também nos ativos reais. O melhor exemplo são os preços do ouro. A onça-troy vem sendo negociada acima de 2 mil dólares no mercado internacional.
Indicadores
O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, avançou 4,1 pontos, alcançando 87,8 pontos em agosto. Após quatro meses consecutivos de alta, o índice recuperou 82 por cento dos pontos perdidos em março e abril desse ano. Neste mês, o resultado positivo do ICST foi influenciado por perspectivas menos pessimistas para os próximos meses e principalmente pela melhora da situação corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-ST) aumentou 5,8 pontos, para 81,8 pontos, ficando 4,9 pontos abaixo de fevereiro (86,7 pontos), o maior valor desse ano.
A tônica geral para o mercado é positiva. No entanto, isso não impede oscilações de curto prazo. Nesta quarta-feira, os contratos futuros de Ibovespa iniciaram o dia em leve baixa, ao passo que os contratos futuros do índice americano S&P 500 começam o dia estáveis.
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