O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais retomou nesta quinta-feira, 20, o combate a um incêndio de grandes proporções que teve início no sábado, 15, no Parque Nacional da Serra da Canastra, onde fica a nascente do Rio São Francisco, na região centro-oeste do Estado. Dezesseis grupos, entre bombeiros e brigadistas, com um total de 73 pessoas e apoio de helicópteros e aviões, tentam apagar as chamas. O clima seco na região dificulta o trabalho das equipes.
A estimativa é que, até o momento, o fogo tenha destruído 21 mil hectares de área do parque, que tem aproximadamente 200 mil hectares. O principal temor no momento, de acordo com o Corpo de Bombeiros, é que o vento e a altitude do local, de aproximadamente 1,5 mil metros, aliados à circulação do ar, carreguem fagulhas para outros pontos do parque, aumentando ainda mais a possibilidade de destruição. Devido à pandemia do novo coronavírus, o local está fechado para visitação pública. Ainda não foram identificadas as causas do incêndio, que pode ter origem criminosa.
Por ser uma área de difícil acesso, as aeronaves utilizadas no combate às chamas, um helicóptero e dois aviões, são usados no transporte de parte das equipes e no lançamento de água sobre as chamas. Outra parte do grupo de militares e brigadistas é levada aos focos de incêndio em veículos de tração forte.
O comandante das operações de combate ao fogo no Parque da Canastra, capitão Augusto, do Corpo de Bombeiros, afirmou na noite de quarta que sobrevoos estavam previstos para esta manhã com o objetivo de reavaliar a extensão do incêndio. O Parque Nacional da Serra da Canastra tem vegetação predominantemente de cerrado e abriga espécies animais ameaçadas de extinção, como o pato mergulhão.
Segundo informações do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), o local “apresenta ainda dois sítios arqueológicos em condições de preservação e segurança precários e ainda mal estudados”. Ainda conforme o instituto, os sítios são formados por pinturas rupestres “e outros elementos ainda não totalmente identificados”.
Por Leonardo Augusto, especial para o Estadão
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