O secretario de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse em entrevista à CNN Brasil na tarde deste sábado, 15. que o Estado está saindo do platô de casos de coronavírus e que a tendência é de queda nas próximas semanas. São Paulo tem 84% de toda a sua população já na fase três de flexibilização, que é a fase amarela, segundo ele.
Gorinchteyn acrescentou que, possivelmente na próxima semana, algumas regiões já estejam em outra fase, talvez a quatro, verde, “mostrando o controle da doença”.
Ele disse que, no interior, nessa semana, houve redução de 7% nas internações em UTIs e de 4% no número de óbitos, “ou seja, uma tendência de inflexão, de regressão, e muito possivelmente pode ser mantido nas próximas semanas”. “Estamos no meio do caminho, um novo normal, porque o normal só vai acontecer quando tivermos a vacina”, afirmou.
Segundo ele, a fase azul ainda esta distante para muitos municípios no Estado. Por isso, a orientação é manter o uso de máscaras, álcool em gel e lavar as mãos. “Precisamos fazer a abertura de forma lenta, gradual, progressiva, mas segura para a população”, afirmou Gorinchteyn.
Ele pediu a colaboração da população nas ações de controle da doença. “Pessoas são responsáveis também pelo controle do vírus. Há aglomeração nas ruas em áreas boêmias, como Vila Madalena, na cidade de São Paulo”, afirmou.
O secretário disse que os estabelecimentos visitados respeitaram as regras de capacidade de 40% de acesso, de distanciamento e medidas sanitárias foram sendo cumpridas, mas ruas ficaram cheias de pessoas e a fiscalização teve problemas para realizar a dispersão”, relatou. “A responsabilidade deve ser dividida de forma conjunta”, afirmou.
Vacina
O secretario de Saúde do Estado de São Paulo disse ainda a vacina Coronavac, produzida pela empresa chinesa Sinovac Biotech, que tem capital aberto na Bolsa de Nova York, esta na fase três de pesquisa adiantada. Voluntários chineses receberam a vacina na fase dois de testes e não apresentaram efeitos colaterais importantes, afirmou. “Os efeitos são semelhantes aos de outras vacinas, como dor no local da aplicação, febre baixa. A vacina parece muito segura”, comentou.
Agora, na fase três, o Instituto Butantã recebeu mais 1 milhão de interessados, mas apenas 9 mil voluntários foram selecionados por ordem de inscrição, sendo divididos nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. Todos já receberam a vacina, o ultimo grupo foi no Rio de Janeiro, afirmou o secretário.
“O que vamos ver agora é se a vacina produziu anticorpos neutralizantes, que são os anticorpos que vão destruir o vírus. Se eles se mostrarem eficazes, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve lavrar o laudo de chancela, para que, já em dezembro, haja a possibilidade de nós termos o primeiro lote da vacina para imunização de um grupo de brasileiros”, informou ele.
Gorinchteyn enfatizou que a vacina foi feita para brasileiros, apesar de ter sido assinado o contrato pelo governo de São Paulo. “A vacina, se for aprovada, será distribuída com a mesma capilaridade do Sistema Único de Saúde. É uma esperança muito grande”, disse.
Como médico, ele disse à CNN Brasil que não se sente à vontade para comentar a vacina russa contra o novo coronavírus. Nessa semana, o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia se tornou o 1º país a aprovar a regulamentação de uma vacina contra a covid-19, a Sputnik V.
Por Silvana Rocha
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