O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou nesta sexta-feira, 14, que a autarquia ainda tem “desafios de política monetária à frente”. Segundo ele, as projeções de inflação ainda não estão em linha com as metas perseguidas pelo BC.
No dia 5 de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 2,00% ao ano. Ao mesmo tempo, passou a sinalização de que, por questões prudenciais e de estabilidade financeira, pode não haver espaço para mais cortes.
Em seu cenário híbrido – com câmbio fixo a R$ 5,20 e Selic conforme as estimativas de mercado – o Copom projeta inflação de 1,9% em 2020, 3,0% em 2021 e 3,4% em 2022. Estes porcentuais estão abaixo das metas.
Bruno Serra pontuou ainda que, apesar de a agenda ligada ao novo coronavírus manter sua importância, o BC já começou a chamar atenção para sua agenda pós-pandemia. Neste aspecto, ele citou a importância de projetos como o do PIX – o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, a ser lançado em novembro -, o open banking e a linha financeira de liquidez.
O diretor do BC disse ainda que a expectativa é de que a proposta do BC que estabelece os depósitos voluntários das instituições financeiras, atualmente em tramitação no Congresso, seja votada ainda neste semestre em pelo menos uma das casas legislativas.
Bruno Serra participou nesta tarde de uma videoconferência organizada pelo Credit Suisse.
Por Fabrício de Castro
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