A atividade econômica no Sul do País caiu 6,8% no trimestre até maio frente ao período finalizado em fevereiro, quando houve retração de 0,8%, com ajuste sazonal. Os dados são do Boletim Regional do Banco Central, publicado nesta sexta-feira, 14.
O BC destaca que os indicadores de atividade refletiram a gravidade e a difusão do impacto da pandemia de coronavírus sobre a economia da região e alerta que, apesar das indicações de desaceleração da queda a partir de maio, o estágio crescente da pandemia na região traz muita incerteza sobre o processo de recuperação.
Em maio, a atividade na região mostrou crescimento de 4,4%, mostrando recuperação parcial da queda de 3,7% em março e de 7,8% em abril. Mas, em 12 meses, houve recuo de 1,2% até maio, o primeiro resultado negativo nessa base de comparação desde março de 2017.
O comércio ampliado recuou 16% no trimestre terminado em maio, os serviços caíram 16,5% e a produção industrial teve contração de 22,3%.
Para os próximos meses, o BC destaca que, após o efeito mais grave da pandemia sobre a economia do Sul, estatísticas mais tempestivas, como de comércio de veículos e consumo de energia, sugerem reversão desse processo, com retomada de algumas atividade. “No entanto, o cenário permanece desafiador, em particular, pelo impacto severo no mercado de trabalho e pelo grau de incerteza ainda presente na economia, em razão
do estágio da crise sanitária no Sul.”
O BC destaca que estatísticas do emprego formal até maio evidenciam o grave impacto da pandemia em todas as atividades, totalizando o fechamento de 313,6 mil vagas com carteira assinada no trimestre encerrado naquele mês. Mas estatísticas tempestivas dos requerimentos de seguro- desemprego sugerem fim do processo de contração do mercado de trabalho. Na pesquisa Pnad Covid-19 do IBGE, por sua vez, a taxa de desemprego na região mostrou aumento de 8,9% para 10% entre maio e junho.
Por Thaís Barcellos
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