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Lucro líquido da Marfrig (MRFG3) cresce 1743% no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

Marfrig (MRFG3) divulgou o resultado do segundo trimestre de 2020 nesta quarta-feira (12), após o fechamento do mercado. Os números vieram acima das expectativas em termos de Ebitda e margens operacionais.

Os destaques positivos foram os resultados das unidades de negócio na América do Norte e na América do Sul, ambas com aumento na receita e melhora nas margens operacionais. Essa melhora refletiu nos resultados operacionais apresentados com EBITDA atingindo R$ 4,1 bilhões, crescimento de 266% no ano contra ano, e margem EBITDA consolidada de 21,5%, aumento de 13,5 pontos percentuais no ano contra ano.

Do lado negativo aparece o aumento do custo do gado comprado pela companhia no Brasil que atingiu 200,4 reais/arroba um incremento de 30,7%.

Outro destaque negativo foi a redução do prazo médio da dívida e a ainda a elevada despesa financeira (antes da variação cambial) de R$ 460 milhões no trimestre.

O resultado líquido da companhia também foi positivo, resultado de bons números operacionais e grande parte de sua receita em dólares, atingindo R$ 1,59 bilhões um resultado 1743% maior do que os R$ 87 milhões apresentados no mesmo trimestre de 2019.

Analistas esperam impacto positivo para as ações da Marfrig (MRFG3) no curto prazo. Nem a valorização de 5% no preço das ações ontem (12) numa tentativa do mercado em antecipar o resultado deve diminuir o ímpeto para os próximos dias. Afirmamos isso pois os resultados foram muito fortes e acima do esperado, especialmente em termos de margem Ebitda.

A empresa reportou uma receita líquida de R$ 18,8 bilhões, um incremento de 54% ante o mesmo período de 2019. E se engana quem pensa que foi apenas o câmbio responsável por essa melhora, a operação americana conseguiu emplacar uma política de aumento de preços graças ao forte aumento da demanda interna, na operação da América Latina o mesmo aconteceu com o preço das exportações e o volume exportado.

O Ebitda consolidado foi de R$ 4 bilhões, um crescimento de 266% em comparação ao primeiro trimestre de 2019. A margem Ebitda consolidada foi de 21,5% contra 9,1% do mesmo trimestre de 2019. A operação da América do Norte teve margem Ebitda de 23,7% e América do Sul com margem Ebitda de 13,9%.

O aumento da margem se deveu principalmente pelo aumento do spread na operação da América do Norte, a empresa conseguiu comprar o gado com preços melhores e conseguiu repassar uma aumento de preço para seus consumidores o que gerou um spread (diferença entre preço de compra do gado e preço de venda do bife) 44,6% superior ao mesmo trimestre de 2019.

Na operação da América do Sul foram registradas margens melhores também, além do aumento do volume exportado, houve aumento de venda dos produtos processados e uma melhoria de eficiência na operação.

Apesar do bom momento é preciso notar que o preço do gado no Brasil continua subindo, o que indica que por aqui o ciclo encontra-se próximo do fim, por enquanto o dólar forte e o apetite chinês devem continuar possibilitando bons resultados, porém nada próximo dessas margens.

A dívida líquida saiu de US$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano para US$ 3,17 bilhões no fim de junho/20, o que implicou numa geração de caixa de US$ 555 milhões no trimestre.

Com isso, a relação dívida líquida/Ebitda fechou o primeiro segundo de 2020 em 1,79 vezes, abaixo dos 2,84 vezes do primeiro trimestre.

A Marfrig apresentou números operacionais fortes em suas unidades de negócio. A estratégia de aumentar sua participação na National Beef vem se mostrando acertada.

A alavancagem que antes chamava alguma atenção parece ter sido controlada, por mais que não acreditemos em outro trimestre tão forte assim a empresa mostrou que é capaz de gerar caixa suficiente para cobrir suas obrigações.

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