Em um dos períodos mais movimentados no mercado de capitais brasileiro, com juros praticamente zerados em termos reais, a B3 apresentou um lucro líquido de R$ 891,8 milhões no segundo trimestre do ano, aumento de 36,2% em relação ao visto no mesmo intervalo do ano anterior. No entanto, em comparação com o primeiro trimestre do ano, houve uma queda de 13% – a companhia já havia alertado que o resultado naquele período havia sido fora da curva, dada a enorme volatilidade em março, por conta da pandemia do covid-19.
“Nos mercados de capitais e financeiro brasileiros, passamos por um momento inédito que combina volatilidade gerada pelas incertezas que acompanham a crise atual a um cenário de taxas de juros em patamares historicamente baixos. Tal dinâmica teve como efeito uma busca por parte dos investidores, principalmente os locais, por diversificação de seus portfólios além de títulos públicos, evidenciada pelo crescimento dos volumes negociados em nossos principais mercados de atuação. O vigor dessa demanda encorajou empresas a retomarem seus planos de captação de recursos, tanto no mercado de dívida quanto de ações, no qual vimos o pipeline de IPOs e follow-ons voltar a crescer”, destacou, no documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro, o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.
A combinação de elevada liquidez em todo o mundo, na esteira de injeção de recursos pelos Bancos Centrais, e juros baixíssimos no Brasil, fez diversas empresas a tirarem seus planos da gaveta mesmo diante de uma crise no País. O resultado, até aqui, são cerca de R$ 25 bilhões em emissão de ações em meio à pandemia e um recorde de 2,8 milhões de pessoas físicas registradas na depositária da B3.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre abril e junho chegou em R$ 1,419 bilhão, elevação de 42% ante o observado um ano antes, porém recuo de 9,6% ante os três primeiros meses do ano.
A receita líquida da empresa foi a R$ 2,129 bilhões, crescimento de 34,8% na base anual e praticamente estável (+0,2%) em relação ao primeiro trimestre do ano.
O crescimento que vem sendo observado no mercado levou a B3 a ampliar sua expectativa de investimento para 2020. O orçamento de investimentos foi para R$395 milhões a R$425 milhões, ante previsão anterior de R$300 milhões a R$330 milhões.
“O momento atual continua a exigir cautela, mas estamos otimistas em relação às perspectivas de retomada do investimento e aos efeitos estruturais da potencial ampliação do número de investidores no mercado de capitais. Nesse sentido, a B3 continua preparada para oferecer a infraestrutura para atender nossos clientes e os reguladores e apoiar a retomada de uma trajetória de crescimento no Brasil”, destaca, ainda no documento, Finkelsztain.
Por Fernanda Guimarães
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