O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, voltou a dizer nesta quarta-feira, 12, que a pasta tem “respeito absoluto” aos pilares fiscais do governo. O ministro afirmou que, diante da escassez de recursos públicos, a saída para investimentos intensivos em infraestrutura, como a duplicação de estradas, é a iniciativa privada.
A declaração foi dada durante live promovida pelo deputado Evair de Melo (PP-ES) para falar da concessão da BR-381/262, cujo projeto foi enviado na terça ao Tribunal de Contas da União (TCU).
“Não há recurso fiscal. Então a gente tem que se valer da iniciativa privada. Nós temos atuado aqui com respeito absoluto aos nossos pilares fiscais. O respeito aos pilares fiscais é o que vai garantir essa trajetória de juro baixo, o juro baixo é que vai financiar a casa própria, vai fazer com que as pessoas possam trocar de casa, vai movimentar a economia, vai ajudar no crédito, na produtividade, então a gente precisa manter essa trajetória de juros. Para ter infraestrutura, precisamos de fato contar com a iniciativa privada”, disse ele.
O impulso a investimentos públicos em infraestrutura provocou embates internos no governo, e pressionou discussões sobre manobras ao teto de gastos, que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. O ministro da Infraestrutura tem aproveitado declarações públicas para se posicionar oficialmente sobre a manutenção do instrumento, sempre num discurso alinhado à equipe econômica.
O debate é resultado de uma pressão exercida por integrantes do governo e do Congresso para impulsionar investimentos públicos em obras de infraestrutura. Freitas tem pontuado que qualquer iniciativa para aumentar a fatia de injeção nos empreendimentos públicos não irá ferir pilares fiscais.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o Ministério da Infraestrutura pode ter ainda neste ano uma suplementação de R$ 2,5 bilhões para alocar em obras públicas, segundo fonte.
Na terça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dar seu recado. Para ele, se Bolsonaro ouvir “conselheiros” que defendem furar o teto de gastos, pode parar na “zona sombria” do impeachment.
Por Amanda Pupo
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