Após quatro altas consecutivas, o dólar opera em baixa sob influência do apetite por ativos de risco no exterior, após a notícia de uma primeira vacina contra covid-19 pela Rússia. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reforça a percepção no mercado de Selic estável em 2,00% por muito tempo, limitando de certa forma a queda do dólar, além de um pano de fundo de cautela com a deterioração do quadro fiscal brasileiro, de acordo com operadores do mercado.
Na ata, o Banco Central reafirmou o tom “dovish” (mais leve) do comunicado, mantendo a porta aberta para um corte ao repetir que “eventuais ajustes futuros da Selic ocorreriam com gradualismo adicional” e que “o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
O comitê também avalia que “apesar de assimetria em balanço de riscos, o Copom não antevê reduções no grau de estímulo”, mantendo a sinalização do comunicado de que a Selic pode ficar em níveis bem baixos por muito tempo.
Como já terminou o período de silêncio dos membros do Copom, as atenções se voltam ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de evento sobre securitização no crédito imobiliário à tarde (16h30).
Durante a pandemia, Campos e demais integrantes do comitê têm participado de vários eventos virtuais e fornecido sinalizações importantes ao mercado.
No exterior, o apetite por ativos de risco aumentou depois do anúncio da primeira vacina contra a covid-19 pela Rússia nesta manhã. As bolsas internacionais ampliaram ganhos, enquanto a moeda americana se enfraqueceu mais.
Antes disso, o euro já havia ampliado ganhos frente o dólar, reagindo à divulgação do índice alemão ZEW de expectativas econômicas, que teve um inesperado avanço em agosto. E o índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, operava perto da estabilidade, em meio a expectativas de mais estímulos fiscais nos EUA e a recente escalada nas tensões entre americanos e chineses.
Às 9h20, o dólar à vista caía 0,86%, a R$ 5,4203. O dólar futuro para setembro recuava 1,12%, a R$ 5,4255.
Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,28% na primeira quadrissemana de agosto, de 0,25% no fechamento de julho.
Por Silvana Rocha
Be First to Comment