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Cosan (CSAN3) registra prejuízo líquido de R$ 146,2 milhões no segundo trimestre

(Foto: Divulgação)

Nesta segunda-feira (10) a Cosan publicou os resultados do segundo trimestre de 2020, após o fechamento de mercado. Os números vieram negativos, com todos os negócios afetados pelo efeito da quarenta da pandemia da Covid-19.

A receita líquida consolidada apresentou queda de 33% em relação ao mesmo período de 2019, atingindo R$ 11,8 bilhões e o Ebitda ajustado teve redução de 56,5% e somou R$ 517,8 milhões no resultado proforma (consolidação de todos os negócios, calculado com base no percentual de participação da holding nos negócios), com prejuízo líquido de R$ 146,2 milhões no tri.

Como destaque positivo temos o ganho de eficiência operacional da Raízen Energia, que teve crescimento de 5% no volume de cana moída, acrescido do ganho de concentração de sacarose na safra, aumentando a eficiência na moagem. Além disso a empresa conseguiu garantir preços médios mais altos tanto pro açúcar como para o etanol, puxados pelo dólar melhor e quebras de safra em alguns dos principais produtores mundiais do produto.

O destaque negativo fica com a divisão de combustíveis da Raízen que sofreu forte queda de 24,4% no volume total vendido, puxado pelo combustível de aviação e ciclo Otto (gasolina e etanol) no Brasil. Na operação da Argentina, apesar de menor tamanho, houve queda de 42% no volume total de vendas. Além disso houve queda no preço médio dos produtos, contribuindo para a queda de receita e perda de valor no estoque dos produtos resultando em um Ebitda negativo no trimestre.

As ações da Cosan (CSAN3) apresentam desempenho positivo em 2020: valorização de 27,7% contra queda acumulada de 10,5% do Ibovespa, principalmente pelas notícias de reorganização societária e possibilidade de IPOs das suas empresas (Raízen, Compass e Moove).

Entretanto, analistas esperam impacto negativo no preço das suas ações (CSAN3) no curto prazo, devido ao resultado negativo do trimestre.

A holding possui ótimo histórico de consistência e negócios com características de forte geração de caixa, porém a Cosan mostrou que também possui suas fragilidades, com resultados muito expostos à produção industrial e transportes, dois dos setores em que a pandemia mais castigou no período.

Na divisão da Raízen Energia, especialistas observam que é possível perceber um forte acúmulo de estoque no trimestre, devido à queda nas vendas e estratégia comercial que visa praticar preços médios melhores em trimestres mais favoráveis, recuperando o resultado prejudicado até o fim do ano.

Perspectiva mais positiva também para a Compass (divisão de gás natural, dona da Comgas), que apesar de forte queda no segmento comercial e industrial (53,5% e 26,5% respectivamente), a atividade industrial vem se recuperando mais forte e a empresa seguiu conectando mais clientes no segmento residencial, mesmo em meio a pandemia. Há um adicional positivo com a nova lei do gás que deve gerar receitas adicionais à Compass devido à maior demanda de projetos de infraestrutura e serviços.

No segmento de combustíveis a volta do volume a patamares de 2019 deve ser mais lenta pela continuidade da restrição de circulação no país e quantidade de voos ainda baixo (quase 80% da frota está no solo). Adicionalmente a isso, no Brasil, o novo combustível produzido pela Petrobras é mais caro em sua aquisição, podendo gerar algum problema de repasse de preço, ainda prejudicando a margem no curto prazo para a Raízen.

Embora os resultados tenham sofrido, analistas acreditam que em nada altera o plano estratégico de longo prazo da empresa. Os principais catalisadores da ação são a simplificação da estrutura societária, provendo melhor governança e liquidez, além da incorporação da Rumo Logística (RLOG3) à holding e IPOs da Compass (já em processo de homologação) e da Raízen, sinalizados pela gestão.

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