O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu 73 propostas para investir até R$ 4 bilhões em no máximo 10 fundos de crédito – Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, os FDICs – para empresas de menor porte, como clientes de companhias de maquininhas de pagamento, marketplaces e fintechs. Foram pré-selecionadas 12 propostas, entre as quais serão escolhidas até 10, após um processo de “análise e diligência”, informou a instituição de fomento.
Os FIDCs serão estruturados por companhias de meios de pagamento, plataformas de marketplace(sites de comércio eletrônico e aplicativos de entrega a domicílio) e “fintechs”, as empresas financeiras que usam tecnologia digital.
Entre as 12 pré-selecionadas, estão propostas de empresas como Cielo, Pagseguro, Stone (no caso dos meios de pagamento), B2W e Magazine Luiza (plataformas de marketplace). As propostas das fintechs tinham de ser feitas por gestores de recursos. Entre os pré-selecionados estão BRPP Gestão de Produtos Estruturados, Captalys Gestão, Nova SRM, Solis Investimentos, em parceria com Augme Capital, e XP Vista Asset Management.
Segundo o BNDES, as 73 propostas encaminhadas somariam patrimônio total de R$ 24 bilhões. As 12 pré-selecionadas somam R$ 6,1 bilhões, mas o máximo de 10 que serão efetivamente estruturados terão patrimônio de até R$ 5 bilhões – R$ 1 bilhões de recursos privados, mais R$ 4 bilhões aportados pelo BNDES. Os executivos do banco de fomento comemoraram a elevada quantidade de propostas.
Para o chefe do Departamento de Gestão de Investimentos em Fundos, Filipe Borsato, o resultado mostra que há demanda por FIDCs. “O número de propostas superou nossas expectativas. Existe interesse em novas estruturas de canais de crédito”, afirmou o executivo, em transmissão ao vivo pela internet para divulgar os resultados.
Segundo o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky, a elevada demanda é um sinal de que há espaço para o banco seguir na direção de fomentar fundos do tipo como uma estratégia para diversificar os canais de acesso ao crédito. “Em mercados como o americano, o crédito privado não bancário já tem porcentuais bastante relevantes”, afirmou Laskowsky.
Durante a transmissão ao vivo, que não abriu espaço para questionamentos por parte de jornalistas, o diretor do BNDES evitou citar um prazo para os novos Fidcs começarem a funcionar. O interesse do banco é “fazer o mais rápido possível”, segundo o executivo. Em maio, quando foi lançada a chamada para selecionar as propostas, Laskowsky havia estimado que os fundos poderiam começar a emprestar entre o fim de junho e o início de julho, mas o processo atrasou.
Por Vinicius Neder
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