A Engie Brasil (EGIE3) divulgou nesta quinta-feira (30) após o fechamento do mercado seus resultados referentes ao 2T20. Os números vieram de mediano a bons e em linha com as expectativas em termos de receita, de Ebitda, e de lucro líquido. Como era de se esperar, o impacto da pandemia foi bastante reduzido nos resultados da maior geradora de energia privada do país.
O principal destaque positivo foi o lucro líquido de R$ 765,8 milhões e seu crescimento de 98,7% na comparação anual, muito embora tal resultado tenha sido beneficiado por ganhos não-recorrentes, pela apropriação dos resultados da TAG na linha de equivalência patrimonial e por uma base comparativa menor.
Ademais, outro ponto positivo foi o anúncio da aprovação do pagamento de dividendo de R$ 0,83 por ação, o que equivale a um Retorno do Provento de 1,86 por cento e um percentual de distribuição de lucros (payout) de 55% no primeiro semestre de 2020, em linha com o mínimo previsto pela política de dividendos da companhia.
Já o destaque negativo foi o aumento nas despesas com vendas, gerais e administrativas, que subiram 15,4% na comparação com o mesmo período de 2019 e de 7,3% em relação ao trimestre anterior. Embora a dinâmica setor não permita tanta flexibilidade nesta linha, temos acompanhado um esforço enorme das companhias em controlar suas despesas na conjuntura atual.
Além disso, a margem Ebitda desconsiderando a equivalência patrimonial e o ganho não recorrente com recuperação de tributos foi de 44,3%, queda de 4 pontos percentuais na comparação com o 2T19.
O resultado da Engie Brasil foi mediano e esperamos impacto neutro no preço das ações EGIE3 em linha com o Ibovespa na sessão desta sexta-feira (31).
No ano as ações da Engie (EGIE3) recuam 12,1%, desempenho inferior ao do Ibovespa, que tem perdas de 9,2% e ao do índice setorial de energia elétrica (IEE), que recua 0,6%.
A receita líquida foi de R$ 2.686 milhões, um crescimento de 23,4% na comparação com o 2T19. Contudo, desconsiderando a receita advinda da construção de ativos de transmissão de energia e do ganho não recorrente de R$ 100 milhões via recuperação de tributos e ações judiciais a receita teria sido de R$ 2.175 milhões, praticamente estável em relação ao resultado do 2T19.
Já o Ebitda, medida de geração de caixa, fechou o trimestre em R$ 1.431 milhões, crescimento de 36% com base no mesmo período de 2019 e com margem de 53,3%, aumento de 5 pontos percentuais.
Porém, excluindo os ganhos não-recorrentes e a parcela da TAG no resultado de equivalência patrimonial o Ebitda teria sido de R$ 1.190 milhões, um crescimento de 13% em relação a 2019, com margem Ebitda de 44,3%.
A produção bruta de energia elétrica da Engie foi de 2.190 MW médios no 2T20, queda de 50,7% na comparação de base semelhante. Contudo, a energia vendida foi de 4.073, 1,2% a mais que no 2T19.
Aqui vale uma explicação: como a Engie possui mecanismos contratuais cujo pagamento não depende totalmente do volume de energia consumido pelo cliente, a queda na demanda dos consumidores no mercado livre trouxe um impacto apenas marginal nas suas receitas do 2T20.
A companhia passou por um período de condições hidrológicas (período seco com menos chuva) menos favoráveis neste trimestre em algumas regiões, mas a demanda fraca acabou trazendo poucos problemas nesse sentido.
Por fim a companhia fechou o trimestre com uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,9 vezes, levemente abaixo da alavancagem do 1T20, quando a relação estava em 2,1 vezes. O nível de endividamento da Engie segue bastante confortável, bem abaixo das suas cláusulas financeiras.
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