A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (CSMG3) divulgou, no dia 30 de julho, seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2020. A sua receita líquida veio abaixo das expectativas o que, junto a um aumento nas provisões para devedores duvidosos (PDD), levou a um Ebitda de R$ 380 milhões, abaixo do consenso de R$ 398 milhões.
O lucro líquido encerrou o segundo trimestre em R$ 145 milhões, 23% acima do apresentado no 2T19. O lucro maior foi reflexo principalmente da redução expressiva de outras despesas operacionais. No entanto, ainda veio abaixo do esperado em função das provisões.
Já o destaque negativo foi o crescimento dos custos e despesas, que aumentaram mais do que a receita no mesmo período. Enquanto a receita registrou o total de R$ 1,2 bilhão com crescimento de 9,2% na comparação anual, os custos e despesas aumentaram 13,7% na mesma base principalmente devido à uma provisão adicional de R$ 136 milhões.
Os resultados apresentados pela Copasa foram negativos, com lucro abaixo do esperado, devido ao aumento do nível de inadimplência. Isso foi parcialmente compensado por despesas financeiras menores. Analistas esperam impacto negativo no preço das ações (CSMG3) no curto prazo.
A receita líquida foi reduzida em R$ 9,9 milhões em função, principalmente, das isenções deferidas a uma parcela da população a fim de minimizar os impactos da pandemia. Ignorando apenas este impacto, o crescimento anual da receita líquida teria sido de 10% ao invés de 9,2%.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 378 milhões, mantendo a mesma margem Ebitda de 31,0% em relação ao mesmo período de 2019.
Por fim, o aumento no lucro líquido se deu principalmente devido à base comparativa mais fraca já que, em 2019, a companhia divulgou despesas operacionais significativamente maiores diante de uma provisão extraordinária devido a dois processos judiciais.
Assim como no trimestre anterior, a relação dívida líquida/Ebitda foi reduzida na comparação com o mesmo período do último ano: passou de 2,0 vezes para o satisfatório patamar de 1,3 vezes. A sua política de dividendos é relacionada a este indicador, que prevê dividendos extraordinários caso a relação dívida líquida/Ebitda encerre o ano abaixo de 2,0 vezes.
Este ponto é importante e positivo para os acionistas da empresa, principalmente agora que a dimensão dos impactos da pandemia da Covid-19 nas operações da empresa ficou mais evidente.
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