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Arthur Weintraub diz que acionará jornalista que chamou seu irmão de ‘terrorista’

O assessor especial da Presidência da República Arthur Weintraub usou a conta no Twitter para afirmar nesta sexta, 31, que vai processar o jornalista George Marques, que já trabalhou no portal The Intercept Brasil e atualmente é setorista no Congresso, por críticas ao seu irmão e ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.

“Plantão processinho, seu amiguinho. Mais dois processinhos. Já printei e guardei links (lembrem-se de guardar link pra processar. Facilita o processo). Esse aí vai é responder no cível e criminal com o CPF dele. Vai lutar bastante”, escreveu Arthur.

Mais cedo, em seu perfil na rede social, George Marques reprovou a indicação de Abraham Weintraub ao cargo de diretor-executivo do conselho do Banco Mundial. O jornalista chamou o ex-ministro de ‘terrorista de extrema-direita’, em referência às declarações feitas na reunião governista de 22 de abril, quando Weintraub pediu prisão aos ministros do Supremo, chamados por ele de ‘vagabundos’. Pela fala, o ministro foi incluído no inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades.

“Moral da história: você pode ser um terrorista da extrema-direita, pregar fechamento do STF, mas se você tiver os amigos certos conseguirá fugir do Brasil, com a ajuda de diplomatas do Itamaraty, e ainda por cima ganhar um cargo no Banco Mundial, recebendo 4 vezes mais do que no Brasil”, escreveu Marques.

Em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira, 30, o Banco Mundial confirmou a aprovação do nome de Weintraub para servir até 31 de outubro de 2020, quando será necessário nova nomeação e eleição. O ex-ministro receberá salário de U$$ 21,5 mil, o equivalente a R$ 110 mil por mês.

No final de junho, funcionários protestaram contra a indicação de Weintraub. A Associação de Funcionários do Banco Mundial chegou a pedir que o Comitê de Ética da instituição suspendesse e investigasse a indicação do ex-ministro da Educação. A direção do Comitê de Ética do banco afirmou que não exerce influência sobre a seleção dos diretores executivos indicados pelos países que integram o banco e que Weintraub estaria submetido ao código de conduta da instituição apenas após assumir o cargo.

O ex-ministro saiu do País às pressas em junho, antes da publicação de sua exoneração do governo. Ele embarcou aos Estados Unidos no mesmo dia em que um senador da Rede protocolou pedido de apreensão de passaporte para evitar que Weintraub deixasse o Brasil.

A forma de entrada do ex-ministro nos EUA não foi esclarecida até o momento. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) ingressou com uma representação para que a Corte apure uma possível participação do Itamaraty na viagem. Na avaliação do sub-procurador Lucas Furtado, pode ter havido desvio de finalidade por parte da pasta comandada por Ernesto Araújo, já que o ingresso de seu colega em Miami, sem caráter oficial, só ocorreu graças ao passaporte diplomático.

Por Rayssa Motta

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