O Banco Santander Brasil divulgou nesta quarta-feira (30), antes da abertura de mercado, o seu resultado do segundo trimestre de 2020.
O lucro líquido recorrente somou R$ 2,136 bilhões de reais no segundo trimestre, queda de 41,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado veio praticamente em linha com o esperado de R$ 2,125 bilhões. O retorno sobre capital próprio (ROE) foi de 12,0% no trimestre, uma forte redução em relação ao patamar de ROE de 21 a 22% anteriormente.
Essa forte redução é explicada por uma provisão extraordinária para perdas com crédito no valor de R$ 3,2 bilhões no trimestre.
A carteira de crédito atingiu R$ 382,9 bilhões, alta de 1,2% comparada com o trimestre anterior e expansão de 20,5% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. O crescimento foi positivamente impactado pelo segmento de pequenas e média empresas, que cresceu 5,6% no trimestre para R$ 46,6 bilhões (aumento de 27,3% no semestre).
No lado negativo houve queda de 8,5% na receita de tarifas no trimestre, com redução de 6,2% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
A inadimplência acima de 90 dias foi de 2,4%, uma queda de 0,6 pontos percentuais tanto na comparação anual como trimestral.
De forma geral, o resultado do Santander Brasil, terceiro maior banco privado do país, veio praticamente em linha com o esperado, com a realização de provisão extraordinária de perdas com crédito no montante de R$ 3,2 bilhões no trimestre.
O Santander Brasil era o único banco privado que ainda não havia feito nenhuma provisão para perdas de crédito devido à quarentena da Covid-19 que afetou a economia. Analistas esperam impacto ligeiramente negativo no preço das ações do Banco Santander (SANB11) no curto prazo.
Apesar da provisão extraordinária para perdas com crédito, o Santander manteve um bom ritmo no crescimento da sua carteira de crédito, especialmente pequenas e médias empresas, e conseguiu elevar a sua margem financeira bruta, com crescimento de 12,8% nos últimos 12 meses.
Por outro lado, o banco Santander Brasil continua a sofrer com o aumento da concorrência de fintechs, corretoras e bancos digitais, umas das principais razões para a redução na sua receita de tarifas e serviços.
A divisão de cartões e adquirência (Getnet) que enfrenta a “guerra das maquininhas” apresentou queda de 16,5% na receita no primeiro semestre de 2020.
Para compensar houve redução nas despesas administrativas: queda de 1,9% em relação ao primeiro trimestre de 2020.
Por último, o índice de Basileia de melhor qualidade (CET1) continua em um patamar confortável de 14,4%, mostrando a eficiência na alocação de capital ponderada pelo risco e sem a futura necessidade de aumento de capital, o que implicaria em diluição dos acionistas e menor ROE.
Os principais riscos para as ações do banco Santander Brasil são: i) aumento da concorrência; ii) open banking e novo sistema de pagamentos PIX e; iii) possível aumento de impostos a ser discutido no Congresso.
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