Após uma alta significativa na segunda-feira (27), o ritmo dos pregões nesta terça-feira vai depender das notícias vindas de Washington. Enquanto o Congresso americano deverá discutir o pacote de ajuda de US$ 1 trilhão apresentado na véspera pelo partido republicano. Agora, o partido governista tem de entrar em acordo com a oposição democrata para aprovar o texto no Senado. O tempo urge: o plano de ajuda anterior, de US$ 3 trilhões, perde a validade nesta semana.
Não é a única notícia importante esperada de Washington. Os investidores também acompanham a reunião do Federal Reserve, o banco central americano, que deverá decidir sobre as taxas de juros americanas. Permanece a expectativa que presidente do Fed, Jerome Powell, vai confirmar as expectativas de que as taxas permanecerão próximas de zero por mais tempo. No entanto, como toda decisão de banco central tem consequências drásticas, a preferência é esperar para ver.
Enquanto as decisões não saem, o dólar avança em relação às principais moedas e as cotações do ouro recuam brevemente, após terem atingido um recorde de US$ 1.980 por onça-troy na segunda-feira (27). Os contratos futuros do índice americano S&P e do Ibovespa começam o dia em leve baixa, enquanto os pregões na Ásia e na Europa não apresentam uma direção definida.
Em alguns países da Europa, a preocupação retorna com o aumento no número dos casos de Covid-19 em alguns países que pareciam ter deixado o pior da doença para trás. O recrudescimento dos casos tem provocado especulações de que a temida segunda onda do vírus possa interromper a breve recuperação apresentada pela Europa em junho.
No cenário interno, aguardam-se notícias de Brasília. A equipe econômica pode antecipar o envio das demais etapas da reforma tributária para o Congresso até o dia 15 de agosto. As propostas incluiriam a desoneração da folha de pagamentos, que é uma das principais demandas do setor de serviços, e a criação de um imposto sobre pagamentos eletrônicos, a chamada “nova CPMF”. Também deve entrar no pacote a tributação sobre dividendos, que funcionaria como uma contrapartida à redução do Imposto de Renda das empresas.
Indicadores
A confiança voltou a crescer, desta vez impulsionada pelo setor de construção civil. O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 6,6 pontos em julho, para 83,7 pontos. A média móvel dos três meses até julho subiu para 76,3 pontos ante os 70 pontos da observação anterior, primeira alta em quatro meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). “A confiança cresceu impulsionada pela retomada das obras e por expectativas mais otimistas em relação à demanda e a percepção em relação ao momento corrente já retornou ao patamar de 2019”, avalia Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção da FGV IBRE.
A perspectiva para a terça-feira (28) é uma realização dos lucros da véspera, enquanto os investidores aguardam notícias mais concretas sobre o pacote de ajuda americano, a decisão do Federal Reserve e o aumento do número de casos de Covid-19 na Europa.
Be First to Comment