A Biosev, braço sucroenergético do Grupo Louis Dreyfus, reportou prejuízo líquido de R$ 1,08 bilhão no quarto trimestre do ano-safra 2019/20, entre janeiro e março deste ano. O resultado leva em conta os impactos da norma IFRS 16, adotada em abril de 2019, sem a qual a companhia teria registrado prejuízo líquido de R$ 1,053 bilhão.
Em igual trimestre da safra anterior, a companhia havia registrado prejuízo líquido de R$ 306,549 milhões. Em toda a safra 2019/2020, a Biosev acumulou prejuízo líquido de R$ 1,551 bilhão, 29,4% superior ao total de R$ 1,199 bilhão de prejuízo da safra 2018/19. Os resultados foram divulgados na noite desta segunda-feira, 27, após o fechamento do mercado.
O prejuízo no acumulado da safra se deve, entre outros fatores, à variação cambial e aos menores rendimentos de aplicações financeiras no período, que foram “parcialmente compensados por aumento da receita líquida e pela estratégia da companhia de otimização de vendas com prioridade aos produtos e períodos de maior captura de valor agregado”, afirma a Biosev.
A receita líquida da companhia (ex-HACC) cresceu 47,5% na mesma base de comparação trimestral, para R$ 1,877 bilhão, e foi 7,6% maior nos 12 meses do ano-safra, a R$ 6,8 bilhões. O aumento da receita decorre em grande parte da comercialização de maiores volumes de etanol no mercado externo, afirmou a companhia no comunicado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ex-revenda/HACC/IFRS16 totalizou R$ 389,72 milhões no quarto trimestre de 2019/2020, alta de 27% sobre igual período da safra passada, e subiu 12,9% na comparação de 2018/2019 e 2019/2020, para R$ 1,763 bilhão.
A dívida líquida em 31 de março deste ano de R$ 6,094 bilhões, 31% maior em comparação com a do último trimestre de 2018/2019, de R$ 4,650 bilhões. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, da Biosev diminuiu de 3 vezes para 2,9 vezes entre os trimestres na comparação anual.
A Biosev investiu um total de R$ 412,218 milhões no quarto trimestre, 27,5% a menos que em igual período da passada. Do total, R$ 193,392 milhões foram investidos nas operações. Na safra 2019/2020, o capex atingiu R$ 1,172 bilhão, queda de 7,7% sobre 2018/2019. De acordo com a companhia, o resultado reflete a estratégia de redução de custos e aumento de competitividade. “Os investimentos foram concentrados em plantio para renovação dos canaviais, parcialmente compensados por reduções de gastos com tratos e com manutenção industrial”, afirmou em comunicado.
Quanto aos efeitos da pandemia do novo coronavírus nos resultados, a Biosev informou que apesar do cenário de restrições, as suas operações não tiveram impactos relevantes. Além disso, não houve repriorização no Capex previsto. No documento, entretanto, a empresa esclareceu que está exposta aos riscos operacionais e de mercado relacionados à pandemia e, portanto, permanece alerta à evolução da situação. Caso necessário, a empresa pode tomar novas medidas e revisar as suas projeções.
Por Julliana Martins
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