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Cerca de 70% dos ratings soberanos da AL têm perspectiva negativa, diz Fitch

A proporção de países com rating soberano com perspectiva negativa subiu para cerca de 70% na América Latina, informou a Fitch Ratings, em relatório divulgado hoje. “A região tornou-se o novo epicentro da pandemia, depois de ter inicialmente registrado muito menos casos de covid-19 do que os países afetados da Europa e Ásia”, destaca o documento.

A agência explica que, apesar da relativa recuperação recente dos preços das commodities, as maiores economias latino-americanas devem registrar contração recorde no Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Segundo a análise, o crescimento deve retornar em 2021, mas não no mesmo ritmo verificado às vésperas da crise.

A instituição ressalta que o recuo nas importações evitará uma deterioração das balanças comerciais, mas que o coronavírus expôs vulnerabilidades fiscais persistentes. “A região entrou na crise em uma base fiscal fraca, e isso foi agravado pela contratação de PIB e pacotes de apoio fiscal consideráveis, vários dos quais aumentaram desde o início da pandemia”, salienta.

Nesse cenário, a Fitch projeta que a média do déficit desses governos chegará a quase 9% do PIB este ano, o triplo do nível verificado em 2009. Para reduzir a carga da dívida, o relatório sugere que sejam tomadas medidas estruturais. “O restabelecimento de âncoras fiscais proporcionaria maior clareza sobre o ritmo de consolidação a médio prazo e da estabilização e redução da dívida”, pontua.

Por André Marinho

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