A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus levou a arrecadação federal a registrar o pior junho em 16 anos. O adiamento no recolhimento de tributos e os efeitos econômicos da crise levaram ao ingresso de R$ 86,258 bilhões nos cofres da União no mês passado, um tombo de 29,59% em relação a junho de 2019, já descontada a inflação no período. O resultado é o pior para o mês desde 2004, quando a arrecadação em valores atualizados somou R$ 78,693 bilhões.
Segundo os dados da Receita Federal, o diferimento de tributos – medida adotada para aliviar o caixa de empresas num momento de forte queda no faturamento – teve um impacto negativo de R$ 20,417 bilhões no mês passado.
Houve ainda uma queda de R$ 2,351 bilhões na arrecadação devido à desoneração do IOF nas operações de crédito, outra medida adotada para facilitar a renegociação de dívidas por empresas e pessoas físicas nesse momento de dificuldades. As compensações tributárias, por sua vez, tiraram R$ 6,813 bilhões das receitas do governo.
Apesar da queda em relação a 2019, a arrecadação em junho melhorou na comparação com maio de 2020, com alta de 11,13% em termos reais.
O resultado das receitas veio abaixo da mediana das expectativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, calculada em R$ 88,35 bilhões, e dentro do intervalo das previsões, de R$ 81,9 bilhões a R$ 120,7 bilhões.
No ano, a arrecadação federal soma R$ 665,966 bilhões, o pior desempenho para o período desde 2009. O montante ainda representa recuo de 14,71% na comparação com igual período do ano passado.
Por Idiana Tomazelli
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