A SulAmérica (SULA11) divulgou, via Fato Relevante na última sexta-feira (10), que a Allianz concluiu a compra de suas operações de seguros de automóvel e de ramos elementares.
O acordo foi anunciado em 23 de agosto de 2019 e autorizado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em setembro de 2019. Em junho deste ano, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), entidade que regula o mercado de seguros, também deu seu aval.
Com essa incorporação de R$ 3,18 bilhões, o que equivale a 3,6 vezes o valor patrimonial (P/BV), 75% da operação da Allianz passa a se concentrar no segmento de automóveis enquanto a SulAmérica passa a focar no segmento de saúde.
Para analistas, o movimento de saída do segmento de seguros de veículos é positivo para a SulAmérica, pois o mercado de seguros-saúde é mais promissor e deverá ser mais rentável com o envelhecimento da população brasileira.
Com isso, a empresa abre caminho para voltar a ampliar seus lucros de forma mais acelerada após a superação da Covid-19. Analistas do mercado financeiro esperam um impacto positivo no curto prazo para as ações de SulAmérica (SULA11).
As consequências da conclusão da venda são várias: i) a SulAmérica se torna uma seguradora primordialmente de saúde, área em que outras empresas da bolsa estão sendo negociadas a múltiplos mais atrativos; ii) o foco em saúde pode gerar uma menor sinistralidade no longo prazo e; iii) saúde é uma das áreas de seguro que mais cresce, e com a empresa agora focada neste segmento, seu crescimento consolidado deve ser maior.
Vale falar que com a maior aquisição do mercado segurador dos últimos anos, a Allianz passa a ser a segunda maior seguradora de automóveis do país, só atrás da Porto Seguro (PSSA3), com uma participação de mercado de 14,7%. Já no segmento de ramos elementares, que inclui todos os tipos de seguros (como auto, residencial, condomínios e empresarial, exceto produtos de saúde e vida), a empresa passa a deter um market share de 9%, tornando-se a terceira maior do segmento.
Voltando à SulAmérica, no início de junho a empresa anunciou, por meio de Fato Relevante, a assinatura de contrato para aquisição da Paraná Clínicas (em conjunto com o Grupo Rede D’Or) por R$ 385 milhões. Foi a primeira aquisição relevante da companhia depois do anúncio da venda da unidade de seguros de veículos para a Allianz.
Os recursos da venda para a Allianz representarão um resultado não recorrente no lucro líquido da ordem de R$ 1,4 bilhão no terceiro trimestre e serão destinados ao pagamento da aquisição da Paraná Clínicas, ao plano de recompra de ações, ao pagamento dos dividendos mínimos sobre o ganho não recorrente, ao pagamento da emissão de debêntures com vencimento em dezembro de 2020 e reforço do capital de giro, além de constituição de reserva para futuras aquisições nos segmentos de saúde e odonto.
A partir de agora, os principais drivers das ações (SULA11) no curto prazo são: i) a possível queda do índice de sinistralidade no segmento de saúde no segundo trimestre de 2020 e; ii) a expectativa com o pagamento de dividendos extraordinários com o recebimento dos recursos da venda de suas operações de seguros de automóvel e de ramos elementares.
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