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Ofertas de ações movimentam o mercado de capitais

(Foto: Divulgação)

Nos últimos dias três companhias anunciaram fatos relevantes relacionados à oferta de ações, a citar a Even (EVEN3), a Panvel (PNVL3) e a Irani Papel e Embalagem (RANI3), cuja operação vem sendo batizada de re-IPO devido à baixa liquidez atual das suas ações.

A construtora Even informou que está preparando o terreno para realização do IPO da sua subsidiária Melnick Even Desenvolvimento Imobiliário (MEDI) que consolida as atividades de construção e incorporação de empreendimentos imobiliários do grupo na região sul do Brasil.

Com este intuito, a companhia já vem realizando alterações na composição societária da Melnick para simplificar a estrutura acionária da subsidiária e assim facilitar os procedimentos associados à oferta.

Já a Panvel, empresa de drogarias do Sul do Brasil, formalizou a sua oferta subsequente de ações (follow-on), notícia que já era aguardada pelo mercado. Serão ofertadas 16 milhões de novas ações na oferta primária e mais 16,057 milhões de ações na oferta secundária, com destaque para a venda do fundo Kinea Private Equity e Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). A oferta ainda poderá contar com a distribuição de mais 6 milhões de ações em caso de lote adicional.

Considerando o preço de fechamento da última sexta-feira (10) a oferta poderá movimentar R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão, a depender da ocorrência do lote adicional. Vale notar que ela depende da aprovação da reforma do Estatuto Social da companhia a ser realizada na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do dia 17 deste mês.

A primeira data de corte foi no dia 10 de julho, e a segunda será no dia 17 de julho. O início do período de reserva é no dia 14 deste mês e se estende até o dia 20, com a fixação do preço ocorrendo no dia 22 e as novas ações sendo negociadas a partir do dia 24.

Por fim a Irani Papel e Embalagem (RANI3) também anunciou seu follow-on na última sexta-feira, uma operação que vem sendo chamada de re-IPO devido à baixa liquidez atual das suas ações na B3. A oferta consistirá na distribuição primária de 90 milhões de ações ordinárias, e, em caso de lote adicional, serão distribuídas mais 31,5 milhões de ações via oferta secundária.

Conforme o preço de fechamento da última sexta-feira (10) a oferta poderá movimentar de 445 milhões a R$ 600 milhões. A primeira data de corte foi no dia 10 de julho, e a segunda será no dia 17 de julho. O início do período de reserva é no dia 14 deste mês e se estende até o dia 20, com a fixação do preço ocorrendo no dia 22 e as novas ações sendo negociadas a partir do dia 24.

Tanto Panvel como Irani se comprometeram a migrar as suas ações para o segmento Novo Mercado da B3 em até seis meses após a conclusão da oferta.

As duas ofertas (Irani e Panvel) seguem a instrução CVM 476, sendo restritas aos atuais acionistas e a investidores institucionais.

A notícia é positiva para os acionistas das três companhias. Para analistas, estas ofertas têm potencial de geração de valor no longo prazo.

No curto prazo é válido lembrar que pode haver uma pressão nos preços das ações, algo comum neste tipo de oferta (para mais detalhes baixe aqui nosso report especial sobre follow on), com os investidores institucionais buscando a compra das ações com desconto ao valor atual de mercado.

A Even quer aproveitar o momento aquecido do mercado imobiliário na bolsa para realizar a oferta da sua subsidiária. Neste ano, o setor de construção civil é o protagonista na lista de IPOs. Enquanto Mitre e Moura Dubeux já realizaram as suas ofertas, a Riva 9 (spin-off da Direcional) deve finalizar o seu procedimento nas próximas semanas, enquanto a Pacaembu, One Inovattion, Alphaville Urbanismo, Canopus Holding, Cury e a Lavvi endossam a lista de ofertas, que deve aquecer após as férias de verão no hemisfério norte.

A oferta da Panvel busca dar saída do controle das famílias (secundária) e também aproveitar o bom momento das suas ações para se capitalizar. Ela pretende utilizar a totalidade dos recursos levantados na oferta na expansão das suas atividades, a citar o investimento em novas lojas, em recursos de tecnologia da informação e em infraestrutura de logística.

Já a Irani quer utilizar os recursos na execução do seu plano de expansão, que consiste “na expansão da área de recuperação de químicos e utilidades das unidades de produção de papel e embalagens em Santa Catarina, na expansão das unidades de produção de papel e embalagens em Minas Gerais e na ampliação da geração de energia hidroelétrica”. O investimento total estimado no plano chega a R$ 1,2 bilhão. Assim como no caso da Panvel, é uma captação com a finalidade de investir em crescimento, o que é algo que enxergamos com bons olhos.

No ano as ações da Panvel (PNVL3) registram alta de 59,9%, enquanto as ações da Irani (RANI3/RANI4) sobem 24,2% e 56,4%, respectivamente, e a Even (EVEN3) recua 9,6%. Ambos desempenhos são superiores ao do Ibovespa, que recua 13,5% no acumulado de 2020.

As ofertas de ações, que deram uma pausa no segundo trimestre devido às condições adversas de mercado trazidas pela pandemia da Covid-19, voltam a movimentar o mercado de ações no Brasil, algo positivo para o contexto do mercado de capitais e a economia brasileira.

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