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Otimismo externo com retomada chinesa e expectativa de avanço de reformas animam

Sinais renovados de que a economia chinesa está se recuperando de forma mais rápida do que a esperada dos efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus impulsionam os mercados internacionais e também contagia o Ibovespa. Além da influência externa, indícios de retomada da agenda de reformas no Brasil também devem compõem esse quadro positivo. Esse otimismo pode até mesmo fazer com que o principal índice à vista volte a testar a marca psicológica importante dos 100 mil pontos, a despeito do avanço no número de casos de mortes pela pandemia de coronavírus no Brasil e nos Estados Unidos, onde a possibilidade de uma segunda onda pela doença preocupa.

Às 11h16, o Ibovespa subia 2,09%, aos 98.782,44 pontos, após máxima aos 99.154,01 pontos.

“A Bolsa pode avançar para o nível entre 98 mil e 99 mil pontos que temos destacado, ganhando força para ultrapassar novamente os 100 mil pontos”, avalia o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, lembrando ainda das notícias positivas recentes sobre estudos de remédios contra a covid-19.

Na sexta-feira, a Comissão Europeia concedeu “autorização condicional” para o remdesivir, droga antiviral desenvolvida pela biofarmacêutica americana Gilead Sciences, ser utilizado no tratamento do coronavírus na União Europeia.

O sentimento de que sinais de recuperação econômica levarão a um “bull market” (mercado com tendência de alta) levou o índice Xangai Composto a saltar 5,71% hoje, registrando o maior ganho diário desde 2015 e atingindo o patamar mais elevado desde o começo de 2018. A recuperação da economia chinesa tem se mostrado mais rápida do que previsto anteriormente, e uma recuperação em ‘V’ tem se desenhando no cenário, descreve em nota o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.

Na avaliação de Perfeito, as preocupações de uma segunda onda de contaminações do novo coronavírus, que sinaliza ser iminente, parecem sair do radar dos investidores, e os planos de retomada econômica, com a reabertura de comércios, ganha destaque.

Além de sinais de retomada da economia chinesa, também saíram dados reforçando esse sentimento na Europa. As vendas do varejo na zona do euro subiram 17,8% em maio ante abril e, na Alemanha as encomendas à indústria cresceram 10,4%.

Já no Brasil, a afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo fará quatro grandes privatizações em 90 dias, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a reforma tributária é prioridade no segundo semestre também agregam otimismo. No entanto, fica no radar a afirmação de Guedes de que a tributação de dividendos deve entrar na reforma tributária.

“Além desse ser um tema que sempre gera preocupação, será que tem espaço para avançar no Congresso?”, questiona um operador.

Na seara corporativa, as Lojas Americanas devem atrair atenção, após o anúncio de follow on (oferta primária de venda) de até 80 milhões de ações ON e 100 milhões de papéis PN. As ações ON da B2W Digital, de comércio eletrônica, empresa criada a partir da fusão entre Submarino, Shoptime, Americanas.com subiam 3,62%. Já os papéis das Lojas Americanas tinham ganhos de 1,74%.

Por Maria Regina Silva

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