A retomada do mercado de trabalho americano acelerou em junho. O número de vagas (payroll) subiu 4,8 milhões no mês passado. O resultado foi muito superior às estimativas, que eram de 3 milhões de novas vagas. Além disso, a taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 11,1%, abaixo dos 12,3% registrados em maio e inferior ao prognóstico, que era de 12,5%. Os números mostram uma recuperação acelerada do emprego nos Estados Unidos, em um relatório divulgado, extraordinariamente, em uma quinta-feira – a divulgação foi antecipada devido ao feriado americano do Dia da Independência (4 de julho).
Além do dado mensal, o Departamento do Trabalho divulgou do Relatório de Empregos americano na última semana de junho, que mostrou a criação de 1,427 milhão de vagas. Esse resultado superou as expectativas dos investidores, que indicavam a abertura de 1,38 milhão de vagas. Foi a primeira vez, desde o início da pandemia, que o dado divulgado é melhor do que os prognósticos. O relatório mostrou também uma média estável no total de horas trabalhadas. Segundo as expectativas, apesar das idas e vindas na reabertura da economia, os próximos meses deverão trazer a abertura de muitas vagas no setor de serviços, com a retomada gradual das atividades.
Essa notícia é positiva devido a uma característica das vagas que pagam salários menores. Quanto menor o salário, maior a porcentagem dele direcionado ao consumo. Assim, a volta do emprego na base da pirâmide americana deverá turbinar o consumo e reaquecer a economia antes do esperado.
A notícia já vinha sendo antecipada pelos investidores. Na madrugada desta quinta-feira (2) as bolsas subiram na Ásia, com altas de 2,1 por cento em Xangai e de 1,4 por cento em Seul, e começam o dia com boas valorizações na Europa. Outra notícia positiva foi o anúncio das empresas farmacêuticas Pfizer e BioNTech de “resultados satisfatórios” nos testes de uma vacina contra o coronavírus animaram os investidores.
Além das notícias científicas, a economia dos Estados Unidos mostra sinais de recuperação cada vez mais consistentes.
Indicadores
A melhora no emprego americano não foi a única notícia positiva. A produção industrial nacional avançou 7,0 por cento em maio em relação a abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. Foi a expansão mais elevada desde os 12,9% de junho de 2018. O crescimento foi observado em todas as grandes categorias econômicas, e na maior parte dos ramos pesquisados. Destes, 20 dos 26 mostraram avanço.
Em comparação com maio de 2019, a produção teve queda de 21,9%. Na soma dos últimos 12 meses, a queda foi de 5,4%. No ano de 2020, a indústria já acumula recuo de 11,2% até maio.
Os números não representam uma recuperação total – ao contrário, a alta não foi suficiente para compensar a retração de 26,3% acumulada nos meses de março e de abril – mas mostra um movimento de retomada.
Os números do emprego muito acima do esperado turbinaram o mercado na manhã desta quinta-feira. Os contratos futuros tanto do Ibovespa quanto do índice americano S&P 500 mostram fortes altas, o que deve indicar um dia bastante positivo para os ativos locais.
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