A semana começa com um respiro otimista nos mercados, tanto o brasileiro quanto os internacionais. Os contratos futuros de Ibovespa e do índice americano S&P 500 iniciam o penúltimo pregão do primeiro semestre em alta, seguindo a tendência europeia. Apesar do aumento do número de contaminações pelo coronavírus nos Estados Unidos, a trajetória dos preços dos ativos permanece ascendente.
A explicação para isso é a resiliência da economia devido às medidas de estímulo orquestradas pelos principais bancos centrais. Com recursos abundantes e juros baixos é mais fácil sustentar os preços dos ativos. Além disso, a aproximação das férias de verão no Hemisfério Norte – cujo início costuma coincidir com o feriado americano do 4 de julho – reduz a temperatura do noticiário, facilitando a estabilização dos preços.
No Brasil, apesar das incertezas da política, há boas notícias. A confiança dos empresários continua melhorando. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) de junho subiu 16,2 pontos para 77,6 pontos. Foi a maior alta mensal desde o início da série histórica. Todos os 19 segmentos industriais pesquisados tiveram aumento da confiança. Este resultado é atribuído à redução do pessimismo dos empresários sobre a produção nos próximos três meses. O indicador de produção prevista saltou de 46,9 pontos para 82,9 pontos, recuperando 48,3 pontos desde maio, ou 71% do que foi perdido entre janeiro e abril.
A edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central (BC) mostra que as expectativas para a taxa referencial de juros de 2020 voltaram a cair. O prognóstico é de uma taxa Selic de exatos 2% ao ano em dezembro, levemente abaixo dos 2,25% previstos na edição anterior. O desempenho esperado para a economia piorou levemente. Agora, os prognósticos para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 são de uma retração de 6,54%, ante a queda de 6,50% esperada na edição anterior.
INDICADORES
A FGV informou também o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho. A inflação medida por esse índice subiu 1,56%, acima dos 0,28% de maio. O índice acumula alta de 4,39% no ano e de 7,31% em 12 meses. Em junho de 2019, o índice havia subido 0,80% e acumulava alta de 6,51% em 12 meses. Boa parte da alta deveu-se aos preços da gasolina, que deixaram de cair. Após recuar 8,59% em maio, a gasolina ficou 0,40% mais cara em junho.
O cenário permanece positivo. Apesar de não se descartar um aumento pontual da volatilidade devido à aproximação do fim do mês, do trimestre e do semestre (historicamente positivo, todos os bancos e fundos do mundo querem melhorar a performance aos 45 minutos do segundo tempo), a trajetória das ações segue positiva.
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