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Uma chance para abrir conselhos a mulheres

No Brasil, a participação de mulheres em conselhos de administração de empresas ainda está abaixo da média mundial: no ano passado, elas ocupavam 10,5% das cadeiras de conselhos, enquanto a média de outros países é 23,7%, de acordo com levantamento da consultoria Spencer Stuart.

Para reverter o cenário, a Women Corporate Directors (WCD), a Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o Instituto de Governança Corporativa (IBGC), a International Finance Corporation (IFC) e a Spencer Stuart se uniram para organizar o Programa Diversidade em Conselho, que selecionará 35 participantes com experiência ou potencial de crescimento na carreira executiva.

O programa de mentoria tem duração de um ano e as inscrições podem ser feitas até o próximo dia 29 pelo site do IBGC.

Para a coordenadora da atividade, Adriana Muratore, que foi selecionada em uma das edições anteriores, é uma oportunidade para dar um novo passo na carreira e influenciar o mercado de outras formas.

Além da participação em eventos sobre temas como responsabilidade dos administradores, mercado de capitais e gestão de risco, as selecionadas se reúnem periodicamente com um mentor experiente em conselhos de administração, com o objetivo de se especializar e ampliar a rede de contatos no mundo corporativo. Por causa da pandemia do novo coronavírus, as atividades serão realizadas de forma virtual.

“O grande objetivo do programa é ampliar a visibilidade dessas mulheres. Temos muitas mulheres qualificadas, até em transição de carreira para conselho, mas que não são conhecidas, porque o networking (rede de contatos corporativos) é diferente”, explica Adriana.

A executiva Cátia Tokoro, com mais de 25 anos de carreira executiva, nos ramos de telecomunicações e tecnologia da informação, conta que participar do programa em 2018 abriu as portas para que pudesse ocupar vagas em conselhos de administração e outros comitês.

“O programa foi fundamental para despertar uma série de temas que eram importantes para essa preparação. A experiência como executiva ajuda, e eu já tinha formação em governança com certificações, mas a mentoria me ajudou a entender muito a parte comportamental”, diz.

Atualmente, Cátia atua como conselheira independente e é presidente do comitê de sustentabilidade da SulAmérica, participa do conselho consultivo da empresa especializada em inteligência geográfica Imagem Sistemas e da empresa especializada em mentorias Top2You.

A sócia da KPMG e copresidente da Women Corporate Directors (WCD) no Brasil, Marienne Coutinho, reforça que a diversidade é hoje um dos pilares para a busca pelo equilíbrio ESG (ambiental, social e governança, em inglês), um dos principais indicadores de desempenho das companhias. “A diversidade proporciona um novo olhar para buscar soluções para todos, e não apenas para um grupo”, diz Marienne.

O Programa Diversidade em Conselho é gratuito, mas a edição deste ano pede que a participante faça um curso do IBGC antes do início das atividades: custa R$ 3,8 mil para não associadas do instituto e R$ 3 mil para associadas. O valor será revertido à execução do próprio programa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Luísa Laval

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