O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, costura um acordo com o Palácio do Planalto que agrade, ao mesmo tempo, partidos do Centrão e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) na partilha de R$ 10 bilhões destinados a Estados e municípios para o combate à covid-19.
O recurso extra foi liberado por Medida Provisória editada em maio. Pazuello tem feito reuniões com conselhos de secretários de saúde de Estados (Conass) e municípios (Conasems), além de representantes do Palácio do Planalto. Secretários pedem que a distribuição de uma primeira parcela de R$ 2 bilhões, pelo menos, seja feita por critérios como incidência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e disponibilidade de leitos em cada região. O Planalto cobra que questões políticas também sejam levadas em consideração na partilha.
Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas, o presidente Jair Bolsonaro tem distribuído cargos e recursos públicos por indicação de líderes de partidos Centrão, em troca de votos no Congresso que podem, inclusive, salvá-lo em eventual processo de impeachment. O bloco informal é formado por PL, Progressistas, Republicanos, PTB, Solidariedade, DEM e PSD.
A portaria que definirá a distribuição do recurso será discutida em reunião na quinta-feira, 18, do ministro com os conselhos. A equipe de Pazuello corre para costurar o acordo antes do encontro. Há ainda possibilidade de pagar os R$ 10 bilhões em uma parcela, defendida por integrantes do Palácio do Planalto para criar uma “agenda positiva” ao governo Bolsonaro.
Por Mateus Vargas e Camila Turtelli
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