Durou pouco a indefinição sobre quem seria o novo secretário do Tesouro Nacional, após anúncio de que Mansueto Almeida estaria de saída do governo em meados de julho. Na noite de ontem, o ministério da Economia anunciou o nome de Bruno Funchal, atual diretor de Programas da Secretaria Especial da Fazenda, como o sucessor de Mansueto.
Atualmente no âmbito federal, Bruno Funchal foi secretário da Fazenda do Espírito Santo na última passagem do governador Paulo Hartung (2015-2018), em que se promoveu um forte ajuste nas contas públicas do Estado. O esforço foi bem sucedido e, hoje, o Espírito Santo é o único estado da Federação classificado com a nota A no sistema de Capacidade de Pagamento, promovido pelo próprio Tesouro Nacional.
No governo Bolsonaro, Funchal teve importante papel na formulação das três Propostas de Emenda à Constituição (PECs) do Plano Mais Brasil, que traçam novos parâmetros para a política de gastos governamentais em todos os entes, nacional e subnacionais. Recentemente, o secretário foi um dos responsáveis por formular o pacote de auxílio emergencial (contra o coronavírus) a estados e municípios.
O novo nome para o Tesouro assumirá os cofres do governo a partir do dia 31 de julho, quando Mansueto oficialmente entrega seu cargo. Até lá, ambos devem trabalhar juntos em cima de uma transição de competências, programas e responsabilidades.
O nome de Bruno Funchal foi, com razão, muito bem recebido pelo mercado. A rapidez com a qual Paulo Guedes e sua equipe definiram o substituto para Mansueto também fez efeito positivo, reforçando que o compromisso com o ajuste fiscal continua. Funchal é um nome técnico e sua escolha indica que o governo está focado principalmente no aspecto de reestruturação das finanças públicas estaduais e municipais, ainda mais em um contexto pós-pandemia.
Ademais, existem praticamente dois meses para adaptação do novo secretário ao cargo e a equipe técnica do Tesouro. Por ser uma autoridade máxima no assunto e um profissional sério, Mansueto deve deixar a chave das contas públicas com boas instruções. O governo acerta na indicação de Funchal para o cargo e pela velocidade de como ela foi feita. Quando anunciado, o novo nome fez com que o mercado reduzisse as perdas no pregão de ontem – para hoje, investidores devem estender esse efeito positivo.
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