O mês de abril foi um piores da história para a indústria, segundo a pesquisa Indicadores Industriais divulgada nesta terça-feira, 9, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com março, todos os índices do estudo registraram em abril “quedas sem precedentes, as mais acentuadas de suas respectivas séries”.
No mês de abril, o faturamento real do setor caiu 23,3%, as horas trabalhadas na produção recuaram 19,4% e o emprego registrou retração de 2,3%.
Além disso, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 6,6 pontos porcentuais em abril na comparação com março, para 69,6%, representando a maior ociosidade do parque produtivo da série iniciada em 2003.
Para a CNI, o resultado de abril é o retrato dos danos causados à indústria pela redução intensa e duradoura na demanda em virtude da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
“Abril foi o pico da crise, pois tivemos medidas de isolamento social na maioria das grandes cidades durante todo o mês. Nossa expectativa é que a economia comece a retomar em junho, ainda que seja possível que o cenário apresente uma leve melhora em maio, com a redução das restrições no fim do mês”, diz o gerente executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.
O estudo revela ainda que, além do faturamento, do emprego e das horas trabalhadas, a massa salarial e o rendimento médio do trabalhador também caíram em abril, com recuos de 9,5% e 6,5%, respectivamente. “As quedas recordes refletem o agravamento da crise sobre a atividade industrial. A queda da demanda foi ainda mais intensa que no mês anterior, uma vez que o isolamento social ficou em vigor durante todo o mês, diferentemente de março, quando o endurecimento se deu na segunda quinzena”, cita a pesquisa.
Sobre o faturamento de abril, que caiu 23,3% em relação a março, na série livre de influências sazonais, a CNI ressalta que se trata da queda mais acentuada desde o início da série histórica, em 2003. “É o segundo mês seguido de queda do faturamento, que acumulou, em março e abril, queda de 26,6%. Na série sem ajuste sazonal, o faturamento de abril de 2020 é o mais baixo da série”.
Quanto ao dado do emprego, a entidade também destaca que a queda foi a mais acentuada da série. “É a maior queda mensal da série e a terceira consecutiva. Nos últimos três meses, o emprego se reduziu em 2,9%. Considerando a série sem ajuste sazonal, o emprego industrial é o menor desde o início de 2004.”
Por Luci Ribeiro
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