A concepção de democracia do presidente Jair Bolsonaro é iliberal, populista e autoritária, diz o filósofo e professor Eduardo Wolf. Neste final de semana foi lançado o projeto de pesquisa “Bolsonarismo: Novo Fascismo Brasileiro”, coordenado pelo filósofo no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP, com participação de Luiz Felipe Pondé entre outros acadêmicos.
Na manhã deste domingo, marcado por manifestações contra e a favor do governo, Bolsonaro enalteceu em seu o perfil no Twitter a participação militar na Segunda Guerra Mundial, dizendo que a “cobra fumou” e que os 25 mil brasileiros que foram à guerra ajudaram a garantir a democracia e a derrubar o fascismo.
Wolf comenta que o termo fascismo carrega muita imprecisão e que a intenção do projeto de pesquisa é esclarecer e conceituar este e outros termos do vocabulário político no âmbito do movimento social e político do bolsonarismo.
“O governo Bolsonaro mostrara-se em flagrante desacordo com os princípios mais elementares da democracia liberal representativa constitucional. Para ele, que se diz líder do povo, fascista é ter uma imprensa livre, porque vai contra a vontade do povo que ele supostamente representa”, diz o filósofo. Do ponto de vista político, o movimento bolsonarista, segundo ele, vai contra os últimos dois séculos de liberalismo no Ocidente ao ser contra as instituições – por exemplo, quando o presidente organiza um movimento de ataque ao Supremo Tribunal Federal.
Ainda para os pesquisadores, o bolsonarismo é uma modalidade de fascismo político que dialoga com a tradição do autoritarismo de direita no Brasil e no mundo. O projeto “Bolsonarismo: o Novo Fascismo Brasileiro (BNFB)” é multidisciplinar e estuda a ascensão do autoritarismo no Brasil de Bolsonaro (veja em offlattes.com).
Por Luana Pavani
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