O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou do governo federal o restabelecimento dos dados completos sobre a pandemia de covid-19, após o site do Ministério da Saúde restringir o acesso a dados disponíveis. Segundo ele, o sumiço dos dados completos e o atraso na divulgação dos dados – que passou a ser feita apenas no fim da noite – são prejudiciais para o planejamento de prefeitos e governadores no combate ao coronavírus.
“Hoje eu liguei ao ministro Jorge Oliveira (ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República) e fiz um apelo, em nome da Câmara, para que sejam restabelecidos os dados e a transparência. Você adiar informação, você adia o trabalho de muitas secretarias estaduais e municipais no Brasil inteiro, que trabalha com suas informações e com os dados consolidados do Brasil inteiro”, argumentou o presidente da Câmara, em uma live promovida pelo músico Tico Santa Cruz.
O deputado disse esperar que os números voltem até o início da semana, para que a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União (TCU) não tenham que assumir esse papel de divulgação de informações. “Não tem como, mesmo que quisesse, esconder, ou atrasar, esses dados da sociedade brasileira”, disse. “É muito ruim que a gente precise estar preocupado com um assunto como esse”, comentou, contrariado com a medida do governo federal.
Manifestações
Diante do cenário de pandemia, Rodrigo Maia reafirmou que é a contra a realização de manifestações nas ruas, para evitar aglomerações, e afirmou ser contra radicalismos. Há diversas manifestações marcadas neste domingo, 7, no país.
Maia disse, ainda, que ficou surpreso com uma afirmação do vice-presidente Hamilton Mourão no sentido de que manifestantes contra o governo são baderneiros.
O presidente da Câmara também criticou o fato de Jair Bolsonaro continuar a marcar presença em manifestações populares em meio à pandemia e também criticou a publicação de desinformação nas redes sociais e ataques às instituições por parte dos apoiadores dos presidentes.
O parlamentar, além disso, defendeu a imprensa de ataques por apoiadores do governo. “Ataques feitos ali na porta do Palácio da Alvorada são muito ruins, porque parece uma ameaça à liberdade de imprensa. Um país democrático precisa de liberdade de imprensa e liberdade de expressão. Não tem outro caminho para que uma democracia seja forte. Quem quer estar na vida pública, tem que estar preparado para a crítica”, disse.
Para ele, quem ataca a imprensa busca limitar o poder de fiscalização dos atos do governo e dos outros órgãos públicos. “Isso é algo muito ruim porque enfraquece a democracia brasileira.”
Por Karla Spotorno
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